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Mais de 200 pessoas morrem em confrontos intensos no sul da Síria

A violência dos combates levou à convocação de forças governamentais

Pelo menos 248 pessoas morreram na província síria de Sweida, no sul da Síria, em vários dias de confrontos intensos entre drusos e beduínos, segundo um balanço atualizado nessa quarta-feira (16) por uma ONG com uma ampla rede de fontes na região. A violência dos combates levou à convocação de forças governamentais.

Esvaziada de seus habitantes, a cidade Sweida enfrenta saques e violência descontrolada. Caminhões de bombeiros vindos das zonas costeiras tentam apagar incêndios em casas, com diversas residências drusas queimadas em cada cruzamento. “A situação no local é muito complicada”, resumiu o bombeiro Mohamed Masri, que veio de reforço da costa síria para combater os incêndios nas localidades de Al-Mazra e Al-Dour.

“Impossível sair de casa: é muito perigoso. As estradas estão bloqueadas do nosso lado. É a guerra, a morte está por toda parte nas estradas”, relatou um homem em prantos à RFI.

Civis executados

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) detalha que as vítimas incluem 92 membros da minoria drusa, que tem forte presença na área. Dentre estes, 28 eram civis, dos quais 21 foram executados sumariamente pelas forças do governo. O balanço também aponta a morte de 138 agentes das forças de segurança sírias e 18 combatentes beduínos aliados.

Os enfrentamentos atraíram a atenção de Israel, que realizou ataques aéreos contra as forças governamentais sírias na segunda e terça-feira, e novamente nesta quarta-feira, com o objetivo de proteger os drusos.

O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, alertou o governo sírio nesta quarta-feira para “deixar os drusos em paz” e que retire suas tropas desta região. Katz afirmou que “Israel não abandonará os drusos na Síria e aplicará a política de desmilitarização que decidimos”, advertindo que as forças israelenses “intensificarão sua resposta contra o regime se esta mensagem não for compreendida”.

Os confrontos começaram no domingo (13) na província de Sweida, entre combatentes drusos e tribos beduínas sunitas, após o sequestro de um comerciante druso que desencadeou uma série de raptos em retaliação, segundo o OSDH. As forças do governo sírio anunciaram a intervenção na segunda-feira para frear a violência e as forças foram deslocadas para a cidade de Sweida na terça-feira (15). No entanto, o OSDH, testemunhas e fontes drusas acusaram as forças sírias de intervir ao lado dos beduínos.

Os drusos são uma importante minoria do Oriente Médio, cuja religião deriva do islamismo xiita. Estão presentes no Líbano, no sul da Síria e nas Colinas de Golã, uma área síria ocupada por Israel desde 1967.

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