‘Jurassic World: Recomeço’ tenta expandir franquia, mas esbarra em velhos erros da saga
Longa estrelado por Scarlett Johansson, Jonathan Bailey e Mahershala Ali chega aos cinemas nesta quinta-feira (3)

Depois de duas trilogias separadas por mais de uma década, a franquia Jurassic Park iniciada por Steven Spielberg em 1993 inaugura uma nova etapa com seu sétimo capítulo: Jurassic World: Recomeço. O filme, estrelado por Scarlett Johansson, Jonathan Bailey e Mahershala Ali, e dirigido por Gareth Edwards (Rogue One: Uma História Star Wars, Godzilla), chegou aos cinemas nesta quinta-feira (3).
O longa se passa três anos após os eventos de Jurassic World: Domínio. A agente Zora Bennett (Scarlett Johansson) é contratada para coletar os genes de três espécies de dinossauros em uma ilha próxima à linha do Equador.

Na missão, Zora conta com o auxílio de figuras como o paleontólogo Henry Loomis (Jonathan Bailey) e o mercenário Duncan Kincaid (Mahershala Ali), com quem enfrenta alguns dos perigos da ilha.
Como dito no título, o filme é um recomeço para a franquia, trazendo um conjunto inteiramente novo de personagens e herdando somente o “mundo” deixado pelas duas trilogias anteriores.

Apesar de apresentar as consequências diretas do longa anterior, Jurassic World: Recomeço descarta, logo nos primeiros minutos, o gancho deixado ao final deJurassic World: Domínio, e demonstra que vai limitar – territorialmente – a história a ser contada.
Ao menos, a história sai da Costa Rica, onde ficam as ilhas Nublar e Sorna, palcos dos filmes anteriores, e explora o Suriname, estabelecendo uma espécie de expansão territorial para a sequência de filmes.

Mesmo com um certo nível de independência em relação às histórias contadas anteriormente, Jurassic World: Domínio mantém algumas tradições visuais da franquia, como os planos contemplativos dos braquiossauros – os dinossauros herbívoros de pescoço longo – ao som da inconfundível trilha do filme original.

Assim como toda a trilogia World, o filme pouco explora seu lugar como ficção científica – uma das características que tornam Jurassic Park um clássico único – e mergulha numa aventura genérica escorada no apelo em volta de seus protagonistas, que atraem a atenção do espectador dado o tamanho dos atores que compõem o elenco principal.
Em paralelo à missão, o filme tenta emplacar uma subtrama envolvendo alguns dos coadjuvantes, mas não dá tempo de tela suficiente para que o espectador crie empatia por qualquer um daqueles personagens, fazendo com que o núcleo não tenha um impacto tão grande.

Ao falhar nesse estabelecimento, o filme tem em mãos figuras descartáveis que não fariam falta em uma possível sequência – como alguns dos coadjuvantes esquecíveis das trilogias anteriores.
Com uma aventura nem um pouco inovadora, a narrativa do longa aposta todas suas fichas em um clímax previsível para aqueles que têm alguma familiaridade com o gênero, e passa longe de encantar com a já repetitiva megalomania que tenta cavar adrenalina e medo em volta desse presente distópico habitado por dinossauros.

Apesar da tentativa de expandir a franquia, Jurassic World: Recomeço esbarra numa narrativa que replica elementos de filmes anteriores e explicita um teto criativo na franquia, que parece se arrastar pelo seu sétimo filme.