Destruição e 184 mortes: enchentes no Rio Grande do Sul completam um ano
Defesa Civil informou que o número de mortos subiu para 184; governo já investiu mais de R$ 6 bilhões para a reconstrução

Um ano após as enchentes no Rio Grande do Sul, o estado ainda trabalha para reconstruir os estragos causados pelas águas. A Defesa Civil estadual informou que subiu para 184 o número de mortos. Ainda segundo a Defesa, 25 pessoas seguem desaparecidas.
Conforme o governo estadual, 298 hospitais em 87 municípios tiveram suas instalações afetadas pelas enchentes. Com exceção do Hospital Pronto Socorro de Canoas que opera parcialmente, todos os outros voltaram ao funcionamento.
Em 218 unidades houve perda de equipamentos, enquanto em 244 hospitais o governo informou perda mobília. Ainda segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 48 veículos, sendo 26 ambulâncias, foram perdidos nas águas das enchentes.

Os prejuízos da crise climática que atingiu o estado gaúcho também se estendeu aos estudantes. Mais de 400 mil alunos de escolas estaduais foram impactados. Cerca de 600 escolas foram danificadas e, desse total, oito ainda não retornaram aos espaços de origem.
Um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e do Grupo Banco Mundial estimou em R$ 88,9 bilhões o impacto das enchentes na economia do Rio Grande do Sul em 2024.
Mais de R$ 6 bilhões
Desde os primeiros dias após as enchentes, o governo do Rio Grande do Sul implementou o Plano Rio Grande (PRG), programa voltado tanto ao apoio emergencial às famílias atingidas, quanto à reconstrução da infraestrutura estadual danificada.
Um balanço das ações do PRG, divulgado pelo governo estadual na quinta-feira (24), estima que já foram investidos cerca de R$ 6,9 bilhões em diferentes frentes de atuação. Entre as ações está o repasse de valores via PIX recebidos por meio da campanha “SOS Rio Grande do Sul”.

Segundo a Casa Civil do estado, foram repassados cerca de R$ 112,1 milhões distribuídos para 36.876 famílias, 1.500 pequenos produtores rurais e também microempreendedores individuais (MEIs) e instituições que auxiliaram as vítimas foram contemplados pelos repasses.
Também foi criado um programa de assistência às famílias desabrigadas ou desalojadas pelas enchentes. O “Volta Por Cima” destinou R$ 251 milhões para 100.448 famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e moradores de áreas atingidas.
Ainda voltado para pessoas que perderam suas casas, o governo repassou R$ 37 milhões para subsidiar aluguéis sociais e estadias solidárias. Com esta iniciativa, 15.466 famílias desabrigadas ou desalojadas foram contempladas.
No cenário cultural, o Banrisul doou ao governo, por meio do programa “Reconstruir RS”, R$ 15 milhões para o restauro de obras, recuperação de infraestrutura e compra de novo mobiliário para os aparelhos culturais do estado.
