Papa Francisco

Papa Francisco mudou a Igreja. Saiba o que esperar do futuro sem ele

Morte do papa Francisco abre disputa pelo papado entre continuidade reformista e possível retorno a uma linha mais conservadora na Igreja

Com a morte do papa Francisco, aos 88 anos, a Igreja Católica entra em um novo capítulo da sua longa história. Líder progressista e reformador, Francisco foi o primeiro pontífice vindo da América Latina e, durante 12 anos de pontificado, promoveu uma profunda reconfiguração da Igreja – tanto na sua estrutura interna quanto na sua atuação no mundo.


No horizonte da escolha do novo papa, paira uma dúvida: o próximo pontífice dará continuidade à linha de Francisco ou representará uma guinada conservadora? A resposta passa não só pelo perfil dos cardeais cotados para sucedê-lo, mas também pelas tensões internas e desafios que cercam a Igreja no século 21.

Durante seu pontificado, Francisco adotou um estilo pastoral voltado à simplicidade e ao diálogo com os mais vulneráveis. Incentivou uma “Igreja em saída”, mais próxima dos pobres e atenta às grandes questões sociais. Entre suas posturas mais notáveis estiveram a defesa da causa ambiental, a abertura ao acolhimento de pessoas LGBTQIA+ e críticas a políticas anti-imigração.

Internamente, enfrentou resistência de setores conservadores que questionaram suas reformas. No plano institucional, uma de suas principais marcas foi a reformulação do Colégio de Cardeais. Francisco ampliou a representatividade de regiões como Ásia, África e América Latina, descentralizando a tradicional predominância europeia.

Hoje, 80% dos cardeais com direito a voto no conclave foram nomeados por Francisco. Essa reconfiguração, segundo o historiador Sérgio Coutinho, não é apenas geográfica – ela aponta para uma mudança de mentalidade.

“Ele tornou a Cúria Romana e o Colégio de Cardeais muito plural, muito diversificado”, afirma o historiador Sérgio Coutinho. “Me parece que isso vai ser determinante. A gente imagina que sejam cardeais escolhidos quase à sua imagem e semelhança. Eu estou apostando num Francisco II”

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