Brasil

Pará lidera produção de soja e se firma como potência agropecuária

Estado também ocupa posição de destaque na produção de cacau e milho, além de possuir o maior rebanho bubalino do país

O Pará se afirma como um dos grandes protagonistas do agronegócio brasileiro, liderando a produção nacional de soja, milho e cacau. O desempenho positivo é impulsionado por ações estratégicas do Governo do Estado, que tem investido em tecnologia, ampliação da fronteira agrícola e infraestrutura para o escoamento da produção. Os dados são do Boletim Agropecuário do Pará 2024, elaborado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).

A soja aparece como o principal produto das exportações agropecuárias paraenses em 2023, representando 61,3% do total exportado. Foram mais de US$ 1,6 bilhão em receita com o grão. Paragominas lidera esse movimento, respondendo por 25,1% do volume total, seguido por Santarém (21,9%). Já o milho teve aumento de 44,7% nas exportações, alcançando US$ 401,6 milhões. Esse crescimento reflete o fortalecimento das cadeias produtivas locais, resultado direto de políticas públicas focadas em produtividade e competitividade.

Rebanho bovino e bubalino em ascensão

Além da agricultura, o Pará apresenta desempenho expressivo na pecuária. O rebanho bovino ultrapassou 25 milhões de cabeças em 2023, colocando o estado na segunda posição do ranking nacional, com 10,5% do total brasileiro. Municípios como São Félix do Xingu, Marabá, Novo Repartimento e Altamira figuram entre os maiores produtores de gado do país.

Na bubalinocultura, o Pará detém o maior plantel do Brasil, com 683,6 mil cabeças – o equivalente a 40,9% do rebanho nacional. Chaves, Soure e Cachoeira do Arari são os principais polos dessa atividade, reconhecida tanto pela qualidade da carne quanto pela produção de leite e derivados.

Avanço expressivo na produção de carnes, leite e ovos

Entre 1997 e 2023, a produção de carnes no estado aumentou mais de seis vezes, saltando de 128,5 mil para 866,6 mil toneladas – um aumento de 738,1 mil toneladas. Esse avanço é reflexo da expansão da pecuária no estado e da modernização da indústria de carnes paraense. Em 2023, foram exportadas 106,2 mil toneladas, concentradas em dez municípios – entre eles, Água Azul do Norte (28,2%), Rio Maria (19,6%) e Castanhal (16,2%).

A produção de leite atingiu 0,6 bilhão de litros, garantindo ao Pará a 13ª posição no ranking nacional. No setor de mel, o estado produziu 0,7 mil toneladas, com destaque para Capitão Poço. Já a avicultura somou 39,8 milhões de dúzias de ovos, sendo Santa Izabel do Pará responsável por 36,4% desse total.

Agricultura em ritmo de expansão

Com vasta extensão territorial e clima favorável, o Pará também tem ampliado sua atuação agrícola. Em 2023, o estado foi o maior produtor nacional de mandioca (3,8 milhões de toneladas), dendê (2,8 milhões) e açaí (1,6 milhão). Outros produtos com forte desempenho incluem banana, abacaxi, coco-da-baía, cacau e pimenta-do-reino.

O setor agrícola estadual cresceu, em média, 7,6% ao ano entre 2000 e 2023. No ano passado, o valor da produção agropecuária alcançou R$ 28,6 bilhões, o maior já registrado, consolidando o Pará como um dos principais polos produtivos do país.

Destaques da produção agrícola paraense

  • Mandioca – 1º lugar nacional (3,8 milhões de toneladas)
  • Dendê – 1º lugar nacional (2,8 milhões de toneladas)
  • Açaí – 1º lugar nacional (1,6 milhão de toneladas)
  • Cacau – entre os maiores produtores do país
  • Banana, abacaxi, pimenta-do-reino e coco-da-baía – em expansão contínua

Exportações em alta e geração de empregos

Com o dinamismo do campo, o Pará se tornou um polo exportador estratégico. O volume de exportações agropecuárias chegou a 5,5 milhões de toneladas em 2023 – um salto de 33,5% em relação ao ano anterior. Desde 2000, o aumento acumulado foi de 587,4%.

O setor também é um dos principais empregadores do estado: 509 mil pessoas estavam ocupadas na agropecuária em 2023. Desde 2002, houve crescimento de 274,2% nos empregos formais. Tailândia, Moju e Paragominas lideram na geração de vagas, com destaque para atividades como cultivo de dendê, produção de frangos, criação de bovinos e açaí — este último com crescimento de 36,5% na mão de obra formal.

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