Mais de 21 milhões de brasileiras foram vítimas de violência em 2024
Dados são da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização das mulheres no Brasil” e mostram que é o maior número registrado desde 2017

Um dado alarmante foi divulgado na pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização das mulheres no Brasil“. realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto Datafolha: 37,5% das mulheres no Brasil vivenciaram alguma situação de violência nos últimos 12 meses.
Em números absolutos, isso representa 21,4 milhões de brasileiras com 16 anos ou mais que enfrentaram o ciclo de violência no período. Trata-se da maior prevalência registrada pelo fórum desde 2017.
Segundo a pesquisa, as vítimas relataram, em média, mais de três tipos diferentes de violência no último ano. As ofensas verbais – como insultos, humilhações e xingamentos — foram as mais comuns, atingindo 31,4% das mulheres, um aumento de oito pontos percentuais em relação ao levantamento de 2023.
Outro dado preocupante é que nove em cada dez mulheres que sofreram violência no último ano afirmaram que alguém presenciou o crime. Em 27% dos casos, os próprios filhos do casal testemunharam a agressão. Além disso, 47,3% das ocorrências foram presenciadas por amigos ou conhecidos.
Embora a maior incidência de violência tenha sido registrada entre mulheres de 25 a 34 anos, os números revelam uma alta prevalência em todas as faixas etárias, especialmente dos 16 aos 59 anos. Isso indica que a violência ocorre de diferentes formas ao longo da vida.

Parceiros e ex
Dado da pesquisa diz respeito ao vínculo familiar das agressões. De acordo com o instituto, em quase 70% dos casos, o autor da violência é o companheiro ou ex-companheiro da vítima.
Os cônjuges, companheiros, namorados ou maridos foram responsáveis por 40% das agressões, enquanto ex-cônjuges, ex-companheiros ou ex-namorados responderam por 26,8%.
Além disso, a violência também ocorre dentro de outros laços familiares. Pais e mães foram responsáveis por 5,2% das agressões, padrastos e madrastas por 4,1%, e filhos ou filhas por 3%.
Os episódios de violência aconteceram em diversos locais, mas, na maioria dos casos (57%), a residência da vítima foi o principal cenário. A rua aparece como o segundo local mais recorrente, com 11,6% dos relatos.