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O Ozempic, inicialmente aprovado para o tratamento da diabetes tipo 2, passou a ser amplamente utilizado de forma “off-label” por pessoas que buscam emagrecer e ganhou popularidade mundial. O uso amplamente difundido, porém, abriu espaço para que alguns dos efeitos adversos do medicamento ganhassem visibilidade.
Uma destas consequências inesperadas pode ser a perda de massa óssea. Recentemente, a cantora Avery gerou alvoroço nas redes sociais ao relatar que teve osteoporose após usar o medicamento por um ano.
Ainda que o uso do remédio possa prejudicar a densidade dos ossos, a declaração polêmica da artista sobre o desenvolvimento de osteoporose não parece ter fundamento, segundo especialistas.
A perda óssea relacionada ao Ozempic
A cantora faz confusão com duas condições diferentes: perda óssea e osteoporose. A segunda é uma doença caracterizada pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos e predispostos a fraturas, em geral associada ao envelhecimento. Ela não tem cura, mas tem controle quando é diagnosticada corretamente.
Já a perda óssea ocorre de diversas formas no organismo, sendo em geral reversível com tratamento adequado.Uma das condições que pode causar a perda da massa óssea é o emagrecimento, o que pode ser associado indiretamente ao uso de medicamentos.
“O Ozempic leva a uma perda de massa magra e pode sim levar à perda óssea. Entretanto, este não é um efeito do medicamento, mas sim do próprio processo de perda de peso”, afirma a endocrinologista Danielle Macellaro, que atende em São Paulo.
Por outro lado, a endocrinologista Ximene Antunes, do Rio de Janeiro, esclarece que, em pacientes com diabetes controlada, o uso do Ozempic se mostrou benéfico para o controle da osteoporose. “A diabetes é uma condição que costuma favorecer o aparecimento da osteoporose. Ao usar o medicamento, na verdade, o que vimos foi uma diminuição do risco”, explica.
Por que emagrecer diminui a massa óssea?
Danielle explica que os ossos estão em constante rotatividade e renovação no organismo, destruindo e recriando parte de suas estruturas. Quando há a restrição calórica para a perda de peso, há também menos nutrientes disponíveis para a renovação das células, o que explica as sutis diferenças de índice observadas em pacientes que emagrecem.
Além disso, a endocrinologista lembra que dietas restritivas, que costumam acompanhar o uso estético do medicamento, podem reduzir a absorção de nutrientes essenciais, como proteínas e vitaminas, vitais para a saúde óssea. “Sem a ingestão adequada desses nutrientes, o corpo não consegue manter uma boa estrutura óssea”, ressalta a médica paulista.