Pedido de Putin, voo de madrugada e R$ 12 bilhões no bolso: a fuga de Assad da Síria
Plano de fuga foi feito escondido e sem aviso prévio
A família Assad, que controlou a Síria com mão de ferro por mais de 50 anos, saiu de cena pela porta dos fundos. Sem deixar nenhum rastro, um discurso, nada. Nem mesmo a renúncia do ditador Bashar Al-Assad.
Os militares da Marinha, Exército e Aeronáutica simplesmente trocaram de roupa e foram para casa. O país foi abandonado. E, segundo dados apurados, foi uma ação orquestrada nos últimos dias pelo presidente russo Vladimir Putin, aliado fiel.
Tudo começou com o avanço dos rebeles no interior do país. A Síria vive uma guerra civil há mais de dez anos, sem nenhuma solução até então. Assad contava com dois aliados: Irã e Rússia – que mantinham de pé o exército sírio.
Com Putin focado na guerra da Ucrânia e o aiatolá Khamenei preocupado com as guerras entre Israel e os grupos terroristas apoiados por eles (Hamas e Hezbollah), Assad ficou na mão.
Os rebeldes saíram de uma pequena cidade e tomaram o país. O ditador Bashar Al-Assad, que é acusado inclusive de crimes contra a humanidade, viu perplexo o avanço. Em menos de duas semanas, os grupos de oposição controlaram as principais cidades do país e chegaram com tranquilidade e sem nenhuma resistência em Damasco.
Importante ressaltar: o grupo que controlou toda oposição é o HTS – que até recentemente era um braço da Al-Qaeda (do finado Osama Bin Laden) na Síria. Considerados terroristas e fundamentalistas pelos EUA.
Cercado, Assad pediu ajuda a Putin, que chegou a mandar caças para atacar posições dos rebeldes, mas sem nenhum sucesso. Ele então armou um plano: pediu para o ditador ir em direção a uma base russa no país. E ressaltou para não avisar ninguém. Nem o mais próximo assessor. Ele tinha medo de Assad ser preso ou morto no meio da rua.
Assad juntou a família e partiu. Só quando chegou em Moscou que as agências russas divulgaram que Putin havia aprovado o asilo da família.
Putin estendeu a mão por vários motivos. Não é por bom coração ou por ajudar um grande amigo. No auge da guerra civil da Síria, Bashar gastou mais de R$ 250 milhões em apartamentos e coberturas luxuosas na capital russa. Ao todo, ele teria transferido ao Banco da Rússia mais de US$ 2 bilhões, ou R$ 12 bilhões, estimativas do mercado financeiro.
Assad não largou mão de sair com o dinheiro do país. Enquanto a Síria está passando fome, abandonada e destruída por mais de uma década de conflito, a família Assad curte uma das principais vistas de Moscou. E brindando com Putin.