O papel crucial de Rússia e China na sobrevivência de Maduro na Venezuela
Sob Nicolás Maduro, a Venezuela reforçou laços com Rússia, China, Cuba, Turquia e Irã
Sob o governo de Nicolás Maduro, a Venezuela estreitou seus laços com importantes aliados internacionais, principalmente a Rússia e a China.
Maduro, que está no poder há 11 anos e, recentemente, foi declarado reeleito em uma eleição contestada pela oposição e por grande parte da comunidade internacional, também recebeu apoio de países como Cuba, Turquia e Irã.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, essas alianças – forjadas ainda durante o governo de Hugo Chávez (1954-2013), antecessor e mentor político de Maduro – forneceram suporte econômico, militar e diplomático crucial, ajudando a sustentar o regime, apesar das significativas pressões internas e externas, incluindo sanções impostas pelos Estados Unidos.
“Maduro, embora esteja isolado da comunidade internacional, especialmente do Ocidente, conta com aliados importantes como Rússia, China e Irã, com os quais mantém uma relação duradoura”, afirma à BBC News Brasil Nicolas Forsans, codiretor do Centro de Estudos Latino-Americanos e Caribenhos (CLACS) da Universidade de Essex, no Reino Unido.
“Esses aliados ajudam a atenuar os efeitos das sanções dos Estados Unidos e proporcionam uma salvação econômica para o regime de Maduro”.
Não por acaso, esses países foram os primeiros a parabenizar Maduro por sua vitória.
O presidente russo, Vladimir Putin, por exemplo, destacou a importância da “parceria estratégica” entre os dois países e afirmou que Maduro sempre será “um convidado bem-vindo em solo russo.”
Mas como essa rede de alianças forneceu a Maduro as ferramentas necessárias para enfrentar crises domésticas e pressões internacionais?
“O regime de Maduro não estaria no poder hoje sem o apoio de seus cinco principais aliados: Rússia, China, Cuba, Irã e Turquia. Esses países oferecem diferentes formas de apoio financeiro, diplomático e de inteligência ao regime venezuelano”, argumentam Moisés Rendon e Claudia Fernandez, em um artigo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, nos EUA, destacando o protagonismo de Rússia e China.
Alguns desses países têm laços com a Venezuela desde os primeiros anos da presidência de Hugo Chávez, enquanto outros surgiram como uma salvação econômica em meio à crescente pressão internacional.
Cada um desses países tem motivações financeiras e geopolíticas distintas para apoiar o regime de Maduro. Mas especialistas apontam que Rússia e China, com seu poderio militar e econômico, além de influência global, cumprem um papel fundamental na sobrevivência política do líder venezuelano.