Começa julgamento do acusado de matar médico acreano com paulada na cabeça no Amapá
Ernandi Pereira, de 25 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Amapá pelo assassinato do médico Jailson de Amorim, morto com uma paulada na cabeça em julho de 2022
Elden Carlos / Editor
Teve início na manhã desta terça-feira (27), na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Macapá, o julgamento de Ernandi Pereira dos Santos, de 25 anos, que é réu confesso no assassinato do médico Jailson de Amorim Mariano, morto aos 31 anos de idade, após receber uma paulada na cabeça no trapiche da comunidade do Distrito de Lontra da Pedreira, na zona rural da capital amapaense. O caso ocorreu na noite de 24 de julho de 2022.
Acusação e defesa
Segundo o Ministério Público do Amapá, Ernandi matou o médico por motivo fútil e com recurso de impossibilitou a defesa da vítima. Já para o advogado Heider de Paula Rodrigues, a defesa do réu atua no sentido de desqualificar o crime de homicídio doloso para homicídio culposo, quando não existe a intenção de matar.
O crime
Jailson recebeu uma paulada, pelas costas, durante um tumulto ocorrido naquele início de noite. Ele voltava de um passeio com a família no rio Pedreira. Antes do desembarque no trapiche, a voadeira em que ele estava teria atingido outra embarcação de forma involuntária, causando um princípio de discussão.
Ao desembarcar, o médico e dois cunhados dele teriam sido confrontados por um grupo de pessoas que estavam na outra embarcação, gerando o tumulto. Nesse momento, segundo consta na denúncia, Ernandi – que não fazia parte da discussão inicial – se insurgiu contra o médico, foi até a parte de trás do bar onde ele bebia com outras pessoas, se armou com um pedaço de madeira (pernamanca) e golpeou o médico na cabeça.
Jailson caiu desacordado e foi levado ao hospital pelos próprios familiares. Ernandi fugiu em seguida. No dia 30 de julho a morte do médico foi anunciada pelo Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal) onde ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O corpo da vítima foi transladado para cidade de Brasileia, no interior do Acre, de onde ele era natural.
No dia 26 de setembro daquele mesmo ano Ernandi foi preso em uma propriedade rural localizada às margens do rio Preto, no município paraense de Afuá, para onde ele havia fugido. A prisão foi coordenada pelo delegado Wellington Ferraz, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Amapá, que presidiu o inquérito. Com Ernandi a polícia apreendeu uma espingarda de munições. Ele foi trazido para Macapá e desde então estava recolhido no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
