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Cunani (Calçoene – Amapá – Brasil)

“La République indépendante de Guyane, ou République du Counani”

A ponte suspensa que hoje atravessa gerações, também testemunha as muitas águas que levaram a história da, então, République du Counani. Sim, Cunani já foi uma república há 137 anos com moeda e selo próprios.

Viajamos até a Vila de Cunani localizada há pouco mais de 400 quilômetros de Macapá, capital do estado do Amapá/BR, que pertence ao município de Calçoene, com acesso pela BR 156, estrada totalmente pavimentada até a sede do município, uma viagem tranquila, que o visitante pode fazer de carro apreciando a paisagem que se modifica ao longo do percurso.

Paradas para um café expresso, ou simplesmente, registrar lugares tradicionais como a entrada do município de Tartarugalzinho, onde uma gigante tartaruga dá as boas-vindas ao município. Ali é a metade da viagem.

Chegando em Calçoene, o percurso continua por uma estradinha de chão batido, pouco mais de 50 quilômetros.

A bela paisagem já vale a viagem, a região é irrigada por inúmeros rios, riachos, córregos e igarapés com vegetação ciliar que parece portais guardando a beleza que atrai e encanta o olhar de quem se aventura conhecer Cunani.

Rêgo Grande, Rio Novo, e outros cursos d’água anunciam que o grande rio Cunani está próximo. A viagem faz aumentar a ansiedade em chegar na ponte suspensa (pênsil), talvez a única com tão grande valor e extensão no estado do Amapá. Segundo os moradores locais, a ponte do Cunani possui, aproximadamente, 70 metros de vão, erguida com cabos de aço e passarela de madeira sobre o grande rio, a cena parece saída de cinema.

O vento soprava forte balançando freneticamente a ponte, aumentando a emoção e a adrenalina, há mais ou menos 10 metros de altura, que pode aumentar ou diminuir dependendo da maré. A ponte e o catraio, são os únicos meios de chegar à pacata e histórica Vila, hoje Quilombo com vida tranquila e história marcante contada com saudosismo pelos mais velhos.

As festividades em honra a Santa Maria e São Benedito, nos meses de agosto e dezembro, respectivamente, trazem nos passos do Zimba, a herança dos antepassados que remontam século.
Esta foi mais que uma viagem, foi uma imersão numa parte importante da história do Amapá que foi o único território brasileiro que lutou para pertencer ao Brasil, sendo Cunani testemunha desta história.

Visite o Amapá, aqui há histórias fascinantes!

Por Marly Tavares – Socióloga / Pesquisadora / Jornalista
Fotos:
Marly Tavares, Rosivan Santos e Abel Neto

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