No Brasil, Guiana e Venezuela selam compromisso de diálogo em disputa por fronteira
Diplomatas apresentaram propostas para tentar solução pacífica; próxima reunião também deve ocorrer no Brasil

Em reunião de mais de sete horas intermediada pelo Brasil, Guiana e Venezuela reafirmaram o compromisso de não usar força armada durante a construção de um acordo sobre Essequibo, território alvo de disputa entre os países para exploração de petróleo. Este foi o primeiro encontro da comissão mista de chanceleres criada pela declaração de Argyle, assinada em dezembro de 2023, para firmar o diálogo de paz.
Um novo encontro entre as partes deverá ocorrer no Brasil nos próximos meses.
“Nas conversas de hoje, Venezuela e Guiana expressaram o entendimento acerca do compromisso assumido na declaração de Argyle para o diálogo e a paz. Apresentaram suas propostas de agenda para o trabalho da comissão conjunta e que ficarão para posterior análise em uma nova reunião, que poderá ser realizada também no Brasil”, sinalizou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O chanceler brasileiro ressaltou que a região latino-americana e caribenha “tem a vontade política e todos os instrumentos necessários para avançar em seu projeto comum de desenvolvimento social justo em um ambiente pacífico e solidário”.

A ideia é que o Brasil continue intermediando as conversas, inclusive, em outras situações de divergência entre os países, foi reforçada pelo chanceler da Venezuela, Yván Gil. “Repetimos a mensagem do presidente Nicolás Maduro para que a comissão, no futuro, sirva como instância para resolver qualquer diferença entre Venezuela e Guiana e buscar uma solução mutuamente satisfatória”, declarou.
O ministro de Assuntos Exteriores de Guiana, Hugh Todd, também reforçou a necessidade de manter o “diálogo com o verdadeiro compromisso com a declaração de Argyle” e debater ainda situações climática e imigratórias.
Apesar da primeira rodada de conversas em tom pacífico, o impasse continua. Enquanto Guiana defende uma solução via Corte Internacional de Justiça, a Venezuela não reconhece essa instância. A função da corte é de solucionar, com base no direito internacional, disputas legais entre nações.
Informações: R7