CPI vota quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de líder e ex-líder do MST
João Pedro Stédile e José Rainha prestaram depoimento na CPI; parlamentar quer acesso a dados para investigar ‘irregularidades’
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que investiga as ações do movimento social, vota nesta terça-feira (29) requerimentos que pedem a quebra do sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático do líder do movimento, João Pedro Stédile, e do ex-líder do grupo José Rainha.
A comissão está na reta final dos trabalhos. O relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP), pretende ler o relatório na próxima segunda-feira (4).
Os requerimentos são de autoria do deputado Kim Kataguiri (União-SP). No caso do pedido que menciona Stédile, o parlamentar justifica que a quebra de sigilo é necessária para “esclarecer possíveis irregularidades, tais como desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro ou outras atividades financeiras que possam comprometer a integridade das ações do MST”.
O deputado também afirma que Stédile declarou, em depoimento na CPI em 15 de agosto, que o movimento não tem Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Além disso, o parlamentar destacou que o líder não detalhou as fontes de financiamento do MST ou suas fontes de renda.
Já no requerimento em que pede acesso aos dados de José Rainha, Kataguiri justifica que a Polícia Civil “apresentou conversas gravadas, pagamentos, mensagens e diversas provas das extorsões realizadas pelas lideranças do FNL [Frente Nacional de Lutas]”.
Rainha foi uma das principais lideranças do MST na década de 1990. Ele acabou afastado do grupo em 2007, por divergências políticas com a cúpula da entidade. Em 2014, tornou-se militante da Frente Nacional de Lutas no Campo e Cidade (FNL), grupo que também ajudou a fundar.
Ele esteve na CPI em 3 de agosto. Na ocasião, o ativista afirmou que vai levar “para o cemitério” os motivos da divergência com o MST. “Todos os movimentos têm suas divergências. A minha ordem de divergência política com o MST eu prefiro dizer que levarei para o cemitério”.