Amapá é destaque negativo no índice com maiores taxas de mortes violentas nos últimos 12 anos
Estatística considera a soma dos casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e óbitos decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora
Seis estados brasileiros continuam no ranking dos dez com maior taxa de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, na comparação dos dados de 2011 com os de 2022. Bahia, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará não conseguiram sair da lista, embora tenham registrado momentos de queda neste indicador.
Os dados inéditos estão no 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na manhã desta quinta-feira. Na classificação do Fórum, mortes violentas intencionais são a soma dos casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e óbitos decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora.
Renato Sérgio de Lima, diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ressalta que, apesar da boa notícia, ainda somos uma nação violenta e marcada pelas diferenças raciais, de gênero, geracionais e regionais. Ele enfatiza que o Brasil não tem uma política nacional de segurança efetiva.
“O Brasil tem confundido política de segurança com gestão da polícia. Quando se faz só a gestão do cotidiano, como a troca de armas, das viaturas, os problemas estruturais não mudam, como é o caso do perfil das vítimas. Qual foi a política do Bolsonaro? Do tiro na cabecinha? Nem essa, porque os dados mostram que a letalidade caiu. O Bolsonaro não teve política nenhuma”, enfatizou.
Uma das críticas de Lima é a demora na implementação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), instituído por lei em junho de 2018, depois de 14 anos de tramitação, em resposta ao pico de violência nos anos anteriores. O Susp visa a integrar as ações dos estados e estabelecer a cooperação, contribuindo para a criação de mecanismos de monitoramento da política nacional de segurança pública.