Brasil

Gripe aviária: como é feita a identificação dos vírus que circulam no Brasil?

Aves com pescoço torto, cambaleantes ou com dificuldade respiratórias têm amostras coletadas

O Brasil já registrou 63 casos de gripe aviária de alta patogenicidade desde maio de 2023 e mais de mil casos foram investigados e descartados. Isso porque a gripe aviária pode ser causada por vários subtipos de vírus da gripe e nem todos são capazes de provocar a morte dos animais, mas dois, o H5 e H7, são considerados de alta patogenicidade e exigem medidas sanitárias mais rígidas. 

No Brasil, as confirmações da doença são feitas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas (SP), que é ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).  Lá, os auditores fiscais federais agropecuários identificam, diagnosticam e também, realizam o sequenciamento genético do vírus H5N1. 

O trabalho consiste inicialmente na coleta de amostras em aves suspeitas de terem contraído a doença, em qualquer região do país.

“O procedimento é realizado por fiscais estaduais agropecuários que vão verificar se as aves estão com sintomas comuns da H5N1, como pescoço torto, se estão cambaleando, com dificuldade respiratória, e, em seguida, coletar amostras do sistema nervoso, digestivo e respiratório do animal para enviar ao laboratório de referência, que é o de Campinas”, explica a auditora agropecuária Dilmara Reischak, responsável pela unidade de diagnóstico e identificação genética animal do LFDA-SP.

No LFDA, o material passa por análises de PCR em tempo real, procedimento que detecta o RNA do vírus. Após confirmar a presença de H5N1, os auditores iniciam o sequenciamento genético. “É nessa fase que a gente consegue identificar se o vírus que está circulando naquela região do país onde foi coletada a amostra é de alta ou baixa patogenicidade”, afirma a médica veterinária. 

O vírus de alta patogenicidade, segundo a especialista, é aquele que tem potencial de causar alta mortalidade em aves e grandes prejuízos socioeconômicos. Por isso, os órgãos de defesa agropecuária precisam definir rapidamente ações para coibir a disseminação da doença. Já o de baixa patogenicidade precisa ser monitorado, pois pode sofrer mutações e se transformar num vírus de alta patogenicidade. 

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