Operação apura possível fraude para eleição de deputada estadual e mira prefeitura de Tartarugalzinho

Polícia Federal (PF) cumpriu sete mandados de busca e apreensão. Procuradoria Regional Eleitoral apura possível crime eleitoral que teria resultado na eleição da então candidata à deputada estadual, Liliane Abreu
Da Redação
A Polícia Federal (PF) cumpriu sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) na manhã desta terça-feira (14), sendo cinco deles no município de Tartarugalzinho e dois na cidade de Macapá, durante uma operação originária de representação feita pela Procuradoria Regional Eleitoral, e que apura indícios de possível campanha eleitoral ilícita que resultou na eleição da então candidata à Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), deputada Liliana Abreu. A parlamentar é casada com o prefeito de Tartarugalzinho, Bruno Mineiro.


Um dos alvos da operação foi a sede da prefeitura tartaruguense e outro a casa do gestor, na capital. Em nota a assessoria do prefeito e da parlamentar declarou que eles ainda não haviam tido acesso aos autos.

“O prefeito Bruno Rezende e a deputada Liliane Abreu informam que se trata de ação cautelar sigilosa e que ainda não tiveram acesso autos. Demais informações serão prestadas posteriormente”, diz a nota.
- Investigação
Segundo nota da Polícia Federal, a investigação da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) apura indícios de promoção de campanha ilícita na última eleição para cargo eletivo na Assembleia Legislativa do Amapá, baseado em promessas de vantagem pessoal e coação de trabalhadores de duas empresas com condicionamento de votos.


As investigações revelaram que o Município firmou contrato com uma empresa, no mês de junho de 2022, para pavimentação asfáltica na cidade no valor de pouco mais de R$ 11 milhões. Ao mesmo tempo, outra empresa foi constituída por um funcionário da prefeitura de Tartarugalzinho, lotado na secretaria de Administração. A abertura da empresa ocorreu meses antes da eleição. O funcionário da suposta empresa de fachada era responsável pela contratação de pessoal para atuar no canteiro de obras.

Ainda de acordo com a PF, esses mesmos empregados contratados para a realização da obra foram utilizados em divulgação de atos de gestão municipal e para a compulsória participação em atos de campanha, como bandeiradas, participação em caminhadas e distribuição de panfletos e de propaganda eleitoral da então candidata à deputada estadual.

Os trabalhadores teriam sido coagidos, sob pena de terem o ponto cortado, para participarem de reuniões, bandeiradas, passeatas e caminhadas, bem como para se comprometerem a votar e dar apoio à candidata.
A PF esclareceu que caso os indícios sejam confirmados, os responsáveis poderão responder por crime de corrupção eleitoral, com consequências no âmbito cível de abuso de poder político e econômico, gasto ilícito de recursos e captação ilícita de sufrágio. Durante o cumprimento das ordens judiciais foram apreendidos diversos documentos e mídias que serão periciados.
Imagens: Divulgação/PF