Da Redação
Foi participando de um projeto denominado Lixo Zero, que Janaína Silvestre começou a observar que muitas garrafas de vidro, não eram reutilizadas. Foi exatamente aí, que a preocupação com o meio ambiente fez nascer o projeto da areia de vidro.
“Essa ideia surgiu através de um evento com parceiros onde fazíamos a coleta de materiais recicláveis. O vidro era algo que não tinha um destino específico. Começamos pelo artesanato, mas vimos que o material produzido é muito além do que poderia ser reaproveitado. Para ser enviado na reciclagem, o custo é alto e com pouco retorno; Tínhamos uma meta de fazer algo produzido aqui no Estado, e que trouxesse retorno. Ao pesquisar programas sobre a utilização desse material, nos deparamos com a areia de vidro, e de onde surgiu algo de concreto”, disse a empreendedora Janaína Silvestre.
A família então se uniu a amigos e juntos criaram o projeto da areia de vidro denominada “Vitrum”. Uma maneira de utilizar o que acaba sendo descartado na natureza, já que o vidro demora cerca de 4.000 anos para se decompor naturalmente. Tudo que antes não tinha serventia, passou a ser coletado pelos integrantes do projeto. Infelizmente ainda não é possível coletar os materiais em loco, sendo necessárias ações junto a parceiros para que esses recipientes em vidro sejam recolhidos e passem pelas 4 etapas de produção.
A primeira máquina de triturar utilizada, foi criada pelo grupo, utilizando um panelão onde se preparava a maniçoba. Hoje, os integrantes já conseguiram transformar uma máquina para ajudar na trituração, função essa realizada por Júlio Silvestre, irmão de Janaína, que desenvolve o processo utilizando EPI (Equipamento de Proteção individual), por se tratar de um produto que pode causar danos. Qualquer recipiente em vidro que se compra em comércios e supermercados pode ser utilizados.
Cerca de 40% de todo o lixo produzido no Brasil acaba despejado em locais inadequados. São mais de 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos que vão para quase 3 mil lixões ou aterros controlados espalhados pelo país. Só no quesito vidro, 1 milhão de toneladas aparecem entre os principais materiais não reaproveitados.
A areia de vidro pode ser utilizada na produção dos mais diversos produtos. Um exemplo é um bloco feito pelos alunos, que pode e deve ser utilizado na construção civil; isso sem falar que esse tipo de areia aqui, também pode levar mais beleza para sua residência pelo fato de ser colorida. Não podemos esquecer que é uma areia hidrofulgante, ou seja, ela não absorve a água contribuindo assim, para que o produto, a massa fique mais resistente e combatendo é claro, o desperdício do líquido precioso.
A areia de vidro já possui o selo Amapá e é um produto eco sustentável.
Os participantes do projeto, também contribuem com outras instituições, como por exemplo o Banco de Leite Humano, ao receberem frascos em vidro com tampa plástica, eles encaminham para a instituição. Com diversas utilidades, a areia de vidro altamente tucujú acaba dando uma serventia para o que antes era descartado irregularmente.
Se você possui garrafas e outros recipientes em vidro e não sabe de que maneira descartar, pode entrar em contato com os integrantes do VITRUM – areia de vidro, pelo telefone (96) 99107-9552 ou pelas redes sociais @vitrum.ap O meio ambiente agradece.
Reportagem: Luciane Alves
Imagens: Manoel Jr