Diretor-geral durante bloqueios em rodovias na eleição teve exoneração publicada no DOU desta terça-feira (20)
O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante os bloqueios das rodovias após o segundo turno das eleições presidenciais, Silvinei Vasques, foi exonerado do cargo nesta terça-feira (20). A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Vasques se tornou réu em ação de improbidade administrativa, em novembro, por suposto uso indevido do cargo para pedir votos para o então candidato à Presidência da República e no inquérito que apura o caso, o Ministério Público Federal (MPF) revelou que o diretor-geral da PRF, desde o começo das eleições, fez postagens em redes sociais com mensagens de cunho eleitoral, o que culminou, no dia 29 de outubro de 2022, véspera da realização do segundo turno das eleições, em mensagem, em sua conta pessoal no Instagram, que pedia explicitamente voto para o atual presidente.
Para o MPF, “a figura fardada do diretor-geral é simbólica (está para, no lugar de) com relação à própria Polícia Rodoviária Federal. Tanto assim o é que são investigadas supostas operações policiais durante o pleito (número bem acima do usual) e inação durante os bloqueios (de dimensão nacional) das estradas após a divulgação do resultado”, afirma o pedido do MPF, que também solicitava o afastamento de Vasques da PRF.
O juiz federal José Arthur Diniz Borges deu prazo de 30 dias para que Silvinei se manifeste e, à época, não decidiu sobre o afastamento porque o então diretor-geral estava de férias.
Vasques foi alvo de outra ação protocolada por parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF), que visa a seu afastamento da PRF. A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, solicitou ao Supremo a rejeição do pedido, pois alegou falta de legitimidade processual.
A Polícia Federal também abriu um inquérito para avaliar a conduta do diretor-geral. O foco da investigação é verificar se Silvinei foi omisso em relação a eventuais abusos da corporação durante o segundo turno das eleições deste ano.