Brasil

Economia brasileira vai crescer 3,1% neste ano e 1,6% em 2023, prevê CNI

Altas taxas de juros, a inflação elevada e o menor crescimento mundial vão frear desempenho do PIB nacional

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) revisou nesta terça-feira (6) as previsões macroeconômicas para o Brasil e passou a projetar um crescimento de 3,1% da economia nacional neste ano e de 1,6% para 2023. De acordo com a entidade, a redução do ritmo de crescimento da economia deve ser provocada, principalmente, pelas altas taxas de juros, a inflação ainda elevada e o menor crescimento mundial.

Na indústria, setor responsável por cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto), a previsão é de alta de 0,8% em 2023, um desempenho menor do que a expansão de 1,8% prevista para este ano.

A alta do setor neste ano foi impulsionada pelo avanço de 7% da indústria da construção. O segmento foi beneficiado pelas taxas de juros vigentes em 2020 e 2021, que deixaram muitos projetos em andamento para 2022, e da ampliação do programa Casa Verde e Amarela.

Conforme as estimativas, a indústria de transformação vai crescer 0,3%, com expectativa de desempenhos setoriais diferentes: os produtores de bens mais sensíveis à renda com desempenho mais favorável do que as indústrias com produtos mais sensíveis ao crédito, que sofrerão com os juros elevados.

Conforme as estimativas, o setor de serviços, responsável por 70% de toda a produção nacional, avançou de forma consistente e saltou 3,9%, com todas as categorias, exceto os serviços prestados às famílias, acima do patamar em que se encontravam antes da pandemia.

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, defende que a prioridade para 2023 seja a reforma tributária sobre o consumo. Ele avalia que o Brasil está muito atrasado na adoção de uma política industrial moderna.

“Todas as nações desenvolvidas, e mesmo algumas que estão em estágio similar ao nosso, têm atuado para fortalecer ao máximo suas indústrias, sobretudo porque vivemos atualmente em um cenário de acirrada rivalidade entre os estados nacionais, barreiras comerciais e remodelação das cadeias globais de valor”, lamenta ele.

Para Mário Sérgio Telles, gerente-executivo de economia da CNI, o crescimento projetado para o ano que vem será resultado do crescimento do setor de serviços, da continuidade da expansão do mercado de trabalho e da massa salarial real e dos gastos públicos.

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