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Dia Internacional da Luta contra a AIDS; em 2021, Amapá registrou 338 novos casos da doença

Segundo o SAE, em 2021, o Amapá registrou 338 novos casos de HIV/Aids. Desse total, a prevalência é de 62% para homens, com faixa etária de 21 a 30 anos

Elden Carlos / Editor

Nesta quinta-feira (01) se comemora o Dia Internacional da Luta contra a AIDS. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), em uma assembleia realizada em outubro de 1987. O governo brasileiro, através do Ministério da Saúde, promove campanhas de apoio ao evento desde 1988.

Em nível estadual, um levantamento realizado pelo Serviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), e divulgado em fevereiro deste ano, revela um dado altamente preocupante: o aumento de casos da doença entre os jovens. Segundo o SAE, em 2021, o Amapá registrou 338 novos casos de HIV/Aids. Desse total, a prevalência é de 62% para homens, com faixa etária de 21 a 30 anos.

Comparando com o ano de 2020, que fechou com 268 casos, houve aumento de mais de 26% nos diagnósticos. Para as autoridades locais, esse aumento pode ser reflexo direto de uma cultura que não prioriza a prevenção.

No Amapá, o Serviço de Assistência Especializada é referência no tratamento de pessoas que convivem com HIV/Aids. Para ter acesso ao serviço, é necessário realizar o teste em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Com o encaminhamento, a unidade refaz os testes do paciente para que ele possa ter acesso ao serviço de assistência.

A unidade dispõe de consultas, realiza exame de carga viral (para identificar o volume de vírus presente no sangue), exame CD4 (que avalia o sistema imunológico para saber os fatores de contaminação e transmissão), além de dispensar a medicação adequada para cada paciente.

Conviver com HIV não significa ter AIDS

A sigla HIV diz respeito ao vírus da imunodeficiência humana (human immunodeficiency virus). A Aids é a Síndrome da imunodeficiência adquirida (Acquired Immune Deficiency Syndrome), estado avançado do vírus no organismo que se estabelece quando o paciente não segue o tratamento adequado.

Pacientes soropositivos podem nunca desenvolver a Aids, desde que façam o tratamento com antirretrovirais, que impedem a multiplicação do vírus e tornam a carga do HIV indetectável. O consenso médico é de que o vírus indetectável também significa não transmissível.

Transmissão e sintomas

A contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana acontece durante a troca de fluídos corporais (sêmen, secreções vaginais, leite materno e sangue). Outra circunstância de risco é o compartilhamento de materiais perfuro cortantes previamente contaminados.

É importante que cada pessoa possua, por exemplo, um kit de manicure e de sobrancelhas, com pinças e alicates próprios. Quem faz tatuagem necessita estar alerta para as condições do material do estúdio e do ambiente. Essas medidas previnem o contágio do vírus.

Perda de peso, dor de cabeça, cansaço excessivo, garganta inflamada, febre baixa, perda de apetite, dores nas articulações, sudorese noturna e diarreia estão entre os sintomas mais comuns da infecção por HIV.

Na fase mais avançada podem surgir doenças oportunistas como pneumocistose, histoplasmose, herpes, candidíase, meningite, tuberculose, entre outras.

Por serem sintomas amplos, o paciente pode ter dificuldade de relacionar ao vírus, por isso é indispensável realizar o teste de HIV quando houver suspeita de contaminação.

Prevenção combinada

O uso o simultâneo de metodologias preventivas é conhecido como Prevenção Combinada e engloba ações como: conscientização, testagem regular para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), uso de preservativos e profilaxias de pré e pós exposição ao vírus (PEP e PrEP).

A Profilaxia Pré-Exposição diminui a possibilidade de infecção pelo HIV para quem se expõe a situações de risco e é indicada para grupos de maior vulnerabilidade, como profissionais do sexo e usuários de drogas, por exemplo. A PrEP é uma combinação medicamentosa que impede que o vírus se estabeleça e se espalhe pelo organismo.

A Profilaxia pós-exposição é um recurso emergencial indicado para as pessoas que se expuseram a situações em que possam ter sido infectadas pelo vírus HIV. A PEP é um tratamento que dura 28 dias e precisa ser iniciado o mais rápido possível, com prazo máximo de 72 horas. As profilaxias não previnem outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) como herpes, sífilis e gonorreia.

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