O júri iniciou nesta quarta-feira (16, com uma hora e meia de atraso, e tem previsão de encerrar no final da tarde com o veredicto do Conselho de Sentença
Elden Carlos / Editor
Começou na manhã desta quarta-feira (16) o julgamento dos réus Flávio Ferreira Teodósio e Godofredo Barbosa do Nascimento, ambos de 18 anos, que foram denunciados pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP) pelo assassinato da pequena Ana Júlia Pantoja de Souza, de 5 anos, que foi morta com um tiro na cabeça na tarde do dia 15 de setembro do ano passado, na Baixada do Ambrósio, em Santana, durante um ataque promovidos pelos integrantes de uma facção criminosa.
O júri iniciou com uma hora e meia de atraso e tem previsão de encerrar no final da tarde com o veredicto do Conselho de Sentença. Os advogados de defesa dos acusados sustentam a tese de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, porém, para a Promotoria, houve, sim, o dolo durante o ataque dos criminosos.
No início da sessão a defesa de Flávia e Godofredo tentou desmembrar o júri, o que levaria mais tempo até a conclusão dos trabalhos. “A estratégia da defesa era aumentar o tempo do julgamento, cansando os jurados para provocar um possível erro na hora da votação, mas já derrubamos essa estratégia no início da sessão e vamos em busca da condenação deles”, disse o advogado Cícero Bordalo, assistente de acusação.
O crime
A guerra entre facções chegou ao extremo no final da tarde desta do dia 15 de setembro de 2021, quando a pequena Ana Júlia, de 5 anos, foi morta com um tiro na cabeça durante o início de um ataque promovido por Flávio Ferreira Teodoro na Baixada do Ambrósio, em Santana.
Testemunhas relataram que a criança teria ido até um comércio comprar uma fatia de bolo e no retorno o criminoso efetuou o disparo contra integrantes de uma facção rival que estavam na passarela, mas o tiro acabou acertando a menina. Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que ela é alvejada ao subir na passarela de concreto.
A vítima foi socorrida por vizinhos e encaminhada ao Hospital de Santana, mas não resistiu ao ferimento. O corpo foi colocado no necrotério e depois removido ao Departamento de Medicina Legal (DML) da Polícia Técnico-Científica (Politec).
Prisões
Na manhã do dia seguinte ao crime [dia 16], Flávio Teodósio foi localizado e preso na Travessa L8, bairro Fonte Nova, no município santanense. Godofredo Barbosa acabou preso à tarde, em Macapá, no bairro Morada das Palmeiras, durante as buscas realizadas por policiais da 1ª Delegacia de Polícia Civil (1ªDP) de Santana. Eles foram levados para audiência de custódia onde a juíza Carline Negreiros converteu em preventivas as prisões em flagrante.
Confissão
Durante depoimento prestado na delegacia, Flávio Teodósio confessou ter puxado o gatilho da arma que matou a criança. Godofredo assumiu ter repassado a arma ao atirador, sendo indiciado como coautor do homicídio. No depoimento prestado por Flávio ficou evidenciado que o alvo principal dele era um adolescente de 15 anos.
Há época dos fatos, o repórter Elden Carlos teve acesso, com exclusividade, ao depoimento do adolescente, que foi localizado pela Polícia Civil. O menor relatou durante o interrogatório que estava na passarela quando ouviu o disparo. Em seguida, observou a criança caída no chão e ao fundo identificou Teodósio. O adolescente declarou que não tinha dúvidas de que o alvo era ele, e que Flávio já tinha tentado contra sua vida há dois meses. A motivação para os ataques seria um acerto de contas por causa de um telefone.
Denúncia
Em novembro do ano passado, o Ministério Público do Amapá (MP-AP) ofertou denúncia à Justiça contra Flávio Teodósio e Godofredo Barbosa pelo crime de homicídio. A ação Penal foi embasada no Inquérito Policial (IP) e Auto de Prisão em Flagrante (APF) da 1° Delegacia de Polícia Civil da cidade. A denúncia foi assinada pelo promotor de Justiça Horácio Coutinho, titular da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Santana.