Brasil

Era dos ‘superdividendos’ da Petrobras pode ter chegado ao fim

Política idealizada pelo futuro governo prevê limitar o pagamento aos acionistas e dedicar uma maior parcela dos lucros da estatal em novas atividades

O desembolso de R$ 43,7 milhões a ser realizado pela Petrobras aos acionistas nos próximos dois meses pode representar o último pagamento robusto de dividendos da estatal. O valor, a ser liberado em duas parceiras iguais, totaliza R$ 3,3489 por cada ação presente na carteira dos investidores no dia 21 de novembro.

Os dias contados dos ‘superdividendos’ ocorre em meio ao interesse manifestado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de limitar o pagamento aos acionistas e dedicar uma maior parcela dos lucros da estatal para investir em novas atividades da empresa, como o refino e distribuição de petróleo.

“Os ganhos do pré-sal não podem se esvair por uma política de preços internacionalizada e dolarizada: é preciso abrasileirar o preço dos combustíveis e ampliar a produção nacional de derivados, com expansão do parque de refino”, afirma uma das diretrizes apresentadas pelo presidente eleito em seu “Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil”.

Somente nos anos de 2021 e 2022, a Petrobras vai somar a distribuição de R$ 17,967 por ação em Dividendos e Juros Sobre Capital Próprio. O valor é mais de 1.100% superior aos pagamentos de R$ 1,456 por ação efetuados pela estatal nos anos de 2019 e 2020.

Pedro Paulo Silveira, da Nova Futura Asset, vê uma real caminhada da empresa por outro caminho nos próximos anos. “Se nas gestões Temer e Bolsonaro a empresa vendeu participações em empresas, como a TAG e BR Distribuidora, participação em campos de petróleo, refinarias e cessou obras, no governo Lula há uma tendência à retomada dos investimentos na exploração e refino”, avalia ele.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo