Polícia

Perícia vai apontar quem utiliza celular apreendido em cela de investigados na Operação Queda da Bastilha

No Centro de Custódia estão presos o delegado da Polícia Civil, Sidney Leite, e outros alvos da mesma operação. O aparelho no entanto estaria na cela de um educador penitenciário, também investigado pelo Gaeco e PF.

Elden Carlos / Editor

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amapá (MP-AP), e a Polícia Federal (PF), encaminharam para perícia o aparelho celular apreendido no último sábado (5) em uma das celas do Centro de Custódia Especial, localizado no bairro Zerão, Zona Sul de Macapá, durante a operação ‘Sinal Cortado’, que cumpriu mandado de busca e apreensão no desdobramento da operação ‘Queda da Bastilha’, deflagrada em 14 de setembro deste ano para investigar uma organização criminosa altamente estruturada e que gerenciava crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Celular estava escondido em um buraco na parede

No Centro de Custódia estão presos o delegado da Polícia Civil, Sidney Leite, e outros alvos da mesma operação. O aparelho no entanto estaria na cela de um educador penitenciário, também investigado na operação. O delegado foi preso por suspeita de envolvimento com o líder da maior facção em atividade no Amapá, Ryan Richelle dos Santos Menezes, o ‘Tio Chico’, de 29 anos, que foi transferido no dia 23 de setembro para o presídio federal de Mossoró, distante 267 quilômetros de Natal, capital do Rio Grande do Norte (RN).

A operação do último sábado ocorreu depois que integrantes do Gaeco receberam informações de que um aparelho celular estaria sendo utilizado pelos presos. Porém, não foi confirmado a quem supostamente pertenceria o celular. A perícia deverá identificar mensagens e ligações que possam confirmar quem estava utilizando o aparelho para comunicação externa. Anteriormente outros dois aparelhos foram apreendidos dentro das celas do Centro de Custódia, inclusive, na cela onde está o delegado.

Perícia vai identificar quem estava utilizando o aparelho

Operação Queda da Bastilha

Ryan Richelle foi um dos presos na Operação Queda da Bastilha, deflagra no dia 14 deste mês pela Polícia Federal (PF) e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Amapá (Gaeco), do Ministério Público do Amapá, que investiga uma organização criminosa altamente estruturada e que gerenciava crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Um dos presos nessa operação foi o delegado da Polícia Civil, Sidney Leite, que se licenciou da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) para disputar o cargo de deputado estadual nas eleições gerais deste ano.

Sidney Leite teve a prisão preventiva decretada por supostamente ter facilitado a saída de um líder de facção criminosa por meio de um esquema de laudos médicos falsos dentro do Iapen. Em uma troca de mensagens interceptada pela PF, Sidney acerta detalhes da saída de ‘Tio Chico’, líder da mais violenta facção em atividade no Amapá.

Pelo esquema, um médico – intermediado por advogados – emitia laudos falsos atestando doenças graves para os detentos serem autorizados a cumprir a pena em regime domiciliar. O delegado licenciado teria entrado em contato com o responsável pelo esquema para facilitar a saída a Ryan, pedindo na conversa que: “Não o esqueça em seus ‘planos’”.

Para os investigadores, seria uma indicação de recebimento de vantagens indevidas. Em uma das conversas interceptadas, Ryan diz ter pago R$ 150 mil para conseguir a prisão especial.

Sidney tentou, ainda, alugar um carro blindado para o dia que Ryan saísse da prisão, mas não conseguiu. O ex-titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes buscou também um local para o integrante da facção ficar hospedado após a saída da prisão e lamentou que se não fosse o uso da tornozeleira eletrônica, ‘Tio Chico’ poderia ficar escondido na casa do delegado.

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