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O descaso da saúde do Amapá com pacientes de câncer de mama

No estado, existem 2 aparelhos de mamografia que poderiam adiantar o diagnóstico no paciente, mas encontram-se parados há vários anos

Da Redação

O câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres de todo o mundo, inclusive no Brasil. Só em 2020, apareceram aproximadamente 2,3 milhões de casos novos, representando 24,5% de cânceres em mulheres a nível global. Além disso, também é a causa de morte mais recorrente entre a população feminina.

Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), só em 2020 foram estimados cerca de 685 mil óbitos devido a essa condição, representando 15,5% de falecimentos por câncer em mulheres.

São vários os fatores que contribuem para que os números de vítimas da doença aumentem, em especial aqui no Amapá, destacamos a falta de diagnóstico e tratamento precoces.

Para o Dr. Mauro Secco, que integra a Associação Médica Brasileira/ AP – AMB-AP e preside a Sociedade Brasileira de Mastologia no Estado, o melhor é evitar a doença, tendo hábitos mais saudáveis e fazendo os exames de rotina.

“Prevenção no sentido literal, seria aquelas medidas para evitar a doença. Exercícios físicos, alimentos saudáveis com alto valor nutricional são diferenciais no combate ao câncer. O diagnóstico precoce, através do autoexame e posterior o exame de mamografia são fundamentais. Ele não evita o surgimento da doença, porém quando mais cedo for o tratamento, mais alto o índice de cura”, disse Mauro Secco, médico mastologista/ginecologista.

Não há uma idade específica para a mulher realizar o autoexame. A partir do momento que as mamas aparecerem, ela pode conhecer seu corpo e realizar o toque, sem nenhum efeito colateral. Não só as mamas, mas qualquer outra região de seu corpo que notar alguma diferença, procurar atendimento médico (boca, mãos, pele; enfim, tudo que for diferente daquilo que a mulher nota diariamente).

O tipo do câncer de mama se difere pelo tipo de tecido da mama que ele afeta. A maioria são carcinomas, que começam nas células epiteliais, que revestem órgãos e tecidos.

Na mama, geralmente aparecem como adenocarcinomas, ou seja, começam nas células do ducto mamário ou nos lóbulos (glândulas produtoras de leite). Para um tratamento seguro, o melhor é descobrir quando o tumor tenha no máximo um tamanho de um grão de arroz.

Atualmente, além de clínicas particulares, a população amapaense que necessita de tratamento para combater o câncer, conta com serviços no Ijoma (Instituto do Câncer Joel Magalhães), Hospital de Amor e na Unacon (Unidade de alta Complexidade em Oncologia), que recebe grande demanda diariamente.

Infelizmente, no Amapá, temos duas informações que não são nada boas para os pacientes que já foram diagnosticados com o câncer de mama, e para aqueles que procuram a mamografia. No município de Santana, existe um mamógrafo parado há vários anos, porque não se tem um local para que possa ser instalado. Já na capital Macapá, na Unacon, também temos um mamógrafo parado há 5 anos por falta de manutenção.

A saída para quem luta pela vida, é buscar o exame particular, ou optar pelo autoexame com frequência. Os sinais e sintomas podem ser variados, além de nem sempre aparecerem. A ocorrência mais comum é o aparecimento do nódulo, geralmente identificado pelo autoexame. Este deve ser realizado alguns dias após a menstruação (para quem ainda menstrua frequentemente), pois os seios estão menos inchados.

Já para as mulheres que passaram pela menopausa, o autoexame pode ser feito a qualquer momento. O médico Mauro Secco explica que quem tem casos de doença na família, precisa realizar o exame a partir dos 35 anos.

Ao contrário do que muita gente pensa, homens também podem desenvolver o câncer de mama. Ter um ou mais dos sintomas do câncer de mama não significa que você tenha a doença. Consulte sempre um médico de confiança, somente ele poderá dar o diagnóstico e indicar o melhor tratamento para o seu caso.

É importante lembrar que moramos em um Estado onde o tratamento disponibilizado à pacientes oncológicos é deficitário e até desumano. Prevenir a doença sempre será a melhor saída.

Reportagem: Luciane Alves

Imagens: Manoel Junior

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