Polícia

Líder de facção, “Tio Chico” é transferido para o presídio federal de Mossoró (RN)

Transferência do maior líder de facção no Amapá ocorreu nesta sexta-feira (22), sob forte esquema de segurança

Elden Carlos
Editor

Considerado como o principal líder entre as organizações criminosos instaladas no Amapá, e um dos alvos da “Operação Queda da Bastilha”, deflagrada no dia 14 deste mês pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público do Amapá (MP-AP), Ryan Richelle dos Santos Menezes, o ‘Tio Chico’, de 29 anos, foi transferido na tarde desta sexta-feira (23) para o presídio federal de Mossoró, distante 267 quilômetros de Natal, capital do Rio Grande do Norte (RN).

A informação foi confirmada com exclusividade ao Portal EquinócioPlay pelo secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, coronel Carlos Souza.

‘Tio Chico’ deixou o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) por volta de 11h40 sob forte esquema de segurança em direção à Polícia Técnico-Científica (Politec) onde passou por exame de corpo delito. Às 12h38 ele deixou a sede da Politec e foi escoltado até o aeroporto internacional de Macapá.

Ainda de acordo com o secretário, o pedido de transferência de ‘Tio Chico’ foi feito há um ano, quando houve uma guerra entre facções que deixou dezenas de mortos no Amapá. Ele teria declarado o massacre. No entanto, a autorização do pedido segue um longo caminho burocrático. Primeiro, o Iapen requer a transferência à Vara de Execuções Penais (VEP). De lá, o pedido segue para o Ministério Público do Estado (MP-AP), sobe até um juiz corregedor que aciona o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), responsável por identificar a vaga e confirmar o pedido. Depois, o processo segue o mesmo caminho no sentido inverso.

Operação Queda da Bastilha

Ryan Richelle foi um dos presos na Operação Queda da Bastilha, deflagra no dia 14 deste mês pela Polícia Federal (PF) e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Amapá (Gaeco), do Ministério Público do Amapá, que investiga uma organização criminosa altamente estruturada e que gerenciava crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Um dos presos nessa operação foi o delegado da Polícia Civil, Sidney Leite, que se licenciou da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) para disputar o cargo de deputado estadual nas eleições gerais deste ano.

Sidney Leite teve a prisão preventiva decretada por supostamente ter facilitado a saída de um líder de facção criminosa por meio de um esquema de laudos médicos falsos dentro do Iapen. Em uma troca de mensagens interceptada pela PF, Sidney acerta detalhes da saída de ‘Tio Chico’, líder da mais violenta facção em atividade no Amapá.

Pelo esquema, um médico – intermediado por advogados – emitia laudos falsos atestando doenças graves para os detentos serem autorizados a cumprir a pena em regime domiciliar. O delegado licenciado teria entrado em contato com o responsável pelo esquema para facilitar a saída a Ryan, pedindo na conversa que: “Não o esqueça em seus ‘planos’”.

Para os investigadores, seria uma indicação de recebimento de vantagens indevidas. Em uma das conversas interceptadas, Ryan diz ter pago R$ 150 mil para conseguir a prisão especial.

Sidney tentou, ainda, alugar um carro blindado para o dia que Ryan saísse da prisão, mas não conseguiu. O ex-titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes buscou também um local para o integrante da facção ficar hospedado após a saída da prisão e lamentou que se não fosse o uso da tornozeleira eletrônica, ‘Tio Chico’ poderia ficar escondido na casa do delegado.

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