A operação contabilizou uma baixa para o crime organizado. O líder de facção identificado como Denis Adam Brito dos Santos, o ‘Gorila’, morreu durante uma troca de tiros com a polícia no bairro Pantanal
Elden Carlos
Editor
A Força Tarefa de Segurança Pública do Amapá (FTSP) divulgou, durante entrevista coletiva, os números da ‘Operação Armagedom’, deflagrada na manhã desta terça-feira (20) para cumprir 50 mandados de busca e apreensão e 21 de prisão preventiva contra integrantes de uma organização criminosa responsável por uma série de crimes como tráfico de drogas, homicídios, roubos e outros mais no estado.
Durante o cumprimento das ordens judiciais foram presas quatro pessoas em flagrante por tráfico de drogas. Também houve a apreensão de 22 quilos de entorpecentes (maconha e crack) e 2 simulacros de arma de fogo, cerca de R$ 16 mil em espécie e rádios transmissores. Dentro do Instituto Penitenciário do Amapá (Iapen) a polícia localizou uma pistola com cinco munições, 7 aparelhos celulares, 60 papelotes de cocaína e 20 de maconha.
A operação ainda contabilizou uma baixa para o crime organizado. O líder de facção identificado como Denis Adam Brito dos Santos, o ‘Gorila’, morreu durante uma troca de tiros com a polícia no bairro Pantanal.
Segundo o secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, coronel Carlos Souza, a operação terá desdobramentos futuros. “Ainda esse ano. Vamos analisar todo material apreendido e, a partir disso, desdobrar os trabalhos. É importante frisar que a Armagedom é a primeira operação com DNA próprio”, declarou.
Foram empregados 503 agentes públicos na operação com apoio aéreo do GTA e 89 viaturas terrestres.
Investigações
Segundo a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amapá, promotora Andrea Guedes, a operação é resultado de uma investigação iniciada após o latrocínio praticado contra o advogado Nícolas Almeida, de 27 anos, registrado na madrugada de 21 de maio deste ano no bairro Central, em Macapá, quando o jovem chegava em casa acompanhado da noiva. O crime foi cometido por integrantes do grupo denominado “Bonde do Pé na Porta”.
A partir disso, teve início um grande trabalho de levantamento de dados que levaram à descoberta de cerca de 200 integrantes de uma organização criminosa que planejavam crimes de diversas naturezas por meio de grupos de rede social. Foram catalogadas mais de 9 mil mensagens de cunho criminoso trocadas entre eles.
Ainda de acordo com a investigação, os faccionados atuavam em diversas frentes, mantendo moradores sob a “lei do silêncio” nas comunidades por meio de ameaças. Eles ainda faziam o monitoramento de viaturas policiais e mantinham um ‘Tribunal do Crime’, punindo até mesmo integrantes da própria facção que não cumpriam ordens enviadas por líderes presos no Iapen.
A operação, considerada de alto risco e complexa, envolve policiais do Bope, Força Tática, 1º, 4º e 6º batalhões da Polícia Militar, Grupo Tático Prisional, Corpo de Bombeiros, GTA, Coordenadoria de Operações da Polícia Civil, Núcleo de Inteligência do Ministério Público (NIMP) e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO).
Reportagem: Fabrício Picanço
Imagens: Divulgação/Forças de Segurança
