Operação mira organização criminosa colombiana que lucrava milhões com agiotagem no Amapá

Uma organização criminosa composta majoritariamente por estrangeiros, com forte presença de cidadãos colombianos, vinha atuando silenciosamente no Amapá por meio de um amplo esquema de agiotagem e extorsão. O grupo oferecia empréstimos irregulares com juros diários abusivos, prática semelhante ao chamado “cobro”, bastante comum na Colômbia.
De acordo com o Ministério Público do Amapá, a Orcrim funcionava com divisão interna de tarefas. Enquanto uma parte dos integrantes se encarregava de conceder os empréstimos e cobrar as dívidas sob ameaças e violência, outro núcleo era responsável por dar aparência lícita ao dinheiro arrecadado. A lavagem de capitais era feita por meio de empresas de compra, venda e locação de veículos, além da pulverização de valores em contas bancárias de “laranjas”.

Os investigadores constataram que, entre 2023 e 2025, o grupo movimentou mais de R$ 60 milhões. Em caso de atraso nos pagamentos, as vítimas tinham bens tomados à força e eram coagidas, física e psicologicamente, a quitar as dívidas.

Com base nas provas reunidas após uma denúncia anônima feita ao disque-denúncia do GAECO, o Ministério Público do Amapá, por meio do GAECO e do NIMP, em ação conjunta com a Polícia Federal, deflagrou nesta quinta-feira (11) a operação “Cobro Final”, cumprindo vinte mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva em Macapá (AP) e Teresina (PI).

Os envolvidos poderão ser responsabilizados por usura, integração de organização criminosa, lavagem de dinheiro, ameaças, lesão corporal e exercício arbitrário das próprias razões. Somadas, as penas ultrapassam 23 anos de reclusão, além de multa.



