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Marines dos EUA ensaiam possível operação militar no Caribe

Exercícios de militares dos EUA no Caribe incluem guerra na selva, infiltração em território por meio de rapel e treinos de tiro reais

Mesmo com Donald Trump e Nicolás Maduro falando em abrir o diálogo sobre a crise no Caribe, militares norte-americanos continuam realizando “ensaios” que podem antever uma possível operação dos Estados Unidos na região.

Ofensiva dos EUA no Caribe

  • Desde agosto, a administração Trump iniciou um cerco militar norte-americano na região do Caribe.
  • Navios de guerra, caças F-35, fuzileiros navais e até mesmo o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, foram enviados para a área.
  • Os EUA alegam que a mobilização militar tem como objetivo combater o tráfico de drogas que passa pelo Caribe.
  • Em meio a ofensiva, Washington também mudou políticas sobre o combate a tais grupos criminosos: agora, alguns cartéis são tratados como organizações terroristas.
  • A mudança abriu brechas para que operações militares dos EUA sejam realizadas em outros países, sob a justificativa do combate ao terrorismo.
  • Um dos grupos na mira dos EUA é o cartel de Los Soles, ao qual Trump acusa o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de ser o líder.
  • Recentemente, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que o país também classificará o Los Soles como organização terrorista internacional. O que, na prática, poderá servir como argumento para operações contra a Venezuela.
  • Até o momento, 21 ataques norte-americanos já foram realizados contra embarcações que trafegavam pelas águas do Caribe e no Oceano Pacífico. Os EUA afirmam que tais barcos transportavam drogas, mas ainda não apresentaram provas concretas.

Desde o início do mês, os exercícios militares militares dos EUA, em áreas da América Latina, aumentaram.Play Video

Os treinamentos são constantemente divulgados pelo Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM), responsável por operações norte-americanas na América Central, América do Sul e Caribe. Entre eles estão atividades relacionadas a guerra na selva, desembarque de tropas, atividades com tiros reais, voos de caças e reabastecimento aéreo, atendimento a feridos e infiltrações.

A maioria das simulações envolvem militares da 22ª Unidade Expedicionária do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos – também conhecidos como “marines” -, no campo de treinamentos das Forças Armadas dos EUA em Porto Rico, o Camp Santiago.

Em meio ao aumento da atividade militar norte-americana no país, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) emitiu um aviso de segurança para “situação potencialmente perigosa” na região de San Juan, capital de Porto Rico. O aviso entrou em vigor nesta terça-feira (18/11), e vai até 16 de fevereiro de 2026.

Exercícios conjuntos

Outros exercícios têm sido conduzidos em equipamentos militares dos EUA que foram enviados para as águas do Caribe recentemente. Foi o caso do navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima, que serviu de base para fuzileiros navais simularem infiltrações rápidas por meio de rapel no último sábado (15).

Além disso, forças dos EUA realizaram quatro exercícios militares conjuntos com países da região desde setembro: Chile, Equador e Panamá.

Localizado a cerca de 1,4 mil km da Venezuela, o Panamá recebeu um exercício combinado em três diferentes regiões do país, sobre guerra na selva.

A atividade aconteceu entre os dias 8 e 29 do último mês, com foco em “preparar indivíduos para sobreviver e prosperar em ambientes de selva”, disse o SOUTHCOM em um comunicado. Outro exercício conjunto foi anunciado pelo governo de Trinidad e Tobago, entre os dias 16 e 21 deste mês.

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