Brasil

Entrada de venezuelanos no Brasil cresce com crise no Caribe

Aumento coincide com ofensiva militar dos Estados Unidos

Há quatro meses, a administração Donald Trump abandonou a retórica e deu início a uma mobilização militar dos Estados Unidos na América Latina, com o objetivo de combater o que Washington chama de “narcoterrorismo” no Caribe – próximo à região costeira da Venezuela. Ao mesmo tempo que a tensão cresce na região, aumenta o número de venezuelanos que deixam o país liderado por Nicolás Maduro e entram no Brasil.

Quase 148 mil cidadãos venezuelanos ingressaram no Brasil em algum momento entre janeiro e setembro deste ano. Do número, só há registro da saída de 71.620 pessoas, de acordo com dados do Observatório de Migrações Internacionais (OBMigra), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Em agosto, o Pentágono iniciou o envio de navios de guerra norte-americanos e cerca de 4 mil militares para o Caribe. No mesmo mês, o número de pessoas que entraram no Brasil, vindas da Venezuela, explodiu.

De acordo com registros da Polícia Federal (PF), 13,138 mil venezuelanos ingressaram no Brasil enquanto a frota dos EUA se aproximava das águas caribenhas. Do número, apenas a metade – 7.313 – deixou o país.

O cenário se repetiu em setembro, época em que as ameaças da administração Trump se concretizaram, com o primeiro bombardeio norte-americano contra uma embarcação no mar do Caribe, supostamente ligada ao tráfico internacional. Os números mostram que 18.525 mil venezuelanos vieram para o Brasil naquele mês, mas somente 8.268 registros de saída foram encontrados.

Os pedidos de refúgio também cresceram entre agosto e setembro. Segundo a OBMigra, 15.965 solicitações do tipo já foram realizadas por venezuelanos — que lideram o ranking de refugiados no Brasil há alguns anos.

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