Entenda tudo sobre o fundo de preservação de florestas
Por enquanto, apenas quatro países, além do Brasil, prometeram apresentar recursos; governo espera juntar US$ 10 bilhões

O TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda conta com número reduzido de países investidores. A proposta busca recompensar nações que mantêm suas florestas tropicais preservadas. Os aportes são tratados como investimentos, e não doações, já que existe a expectativa de retorno anual aos participantes.
Lula apresentou oficialmente o TFFF durante a Cúpula de Líderes da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), realizada em Belém (PA). Segundo o governo, o fundo conta com o apoio de 53 países – sendo 20 potenciais investidores e 33 detentores de florestas tropicais.
Até o momento, quatro países, além do Brasil, confirmaram aportes financeiros, totalizando cerca de 5,7 bilhões de dólares. Apesar do número ainda limitado, o governo demonstra otimismo. A avaliação interna é de que o fundo “acabou de ser lançado” e demanda tempo para conquistar adesões.
A expectativa do Palácio do Planalto é atrair recursos do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além das uniões Europeia e Africana.
O objetivo é alcançar 10 bilhões de dólares até o fim do próximo ano. Segundo o governo, a Alemanha também prometeu participar e deve anunciar o valor nesta sexta-feira (7).
Investidores confirmados
- Brasil: 1 bilhão de dólares
- Noruega: 3 bilhões de dólares
- Indonésia: 1 bilhão de dólares
- Portugal: 100 milhões de euros (115 milhões de dólares)
- França: 500 milhões de euros (577 milhões de dólares)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que alguns países manifestaram apoio, mas o aporte será formalizado futuramente, conforme os trâmites de cada governo. “Sinalizaram, mas não que vá anunciar. Agora, Reino Unido, China, Países Baixos, anunciaram apoio, mas não se comprometeram ainda com o valor”, afirmou.
Como funciona o TFFF
A meta do governo é captar US$ 10 bilhões em recursos públicos e privados e gerar US$ 4 bilhões por ano de retorno aos investidores. O fundo terá capital misto e oferecerá ações e títulos, com lucros repartidos entre países com florestas tropicais e os aplicadores.
Os valores serão repassados diretamente aos governos das nações com cobertura florestal. O Brasil propõe que 20% seja destinado a povos indígenas e comunidades locais.
A contribuição será tratada como investimento, com retorno anual competitivo e devolução integral do valor após cerca de 40 anos. O Banco Mundial ficará responsável pela administração, supervisão fiduciária, transparência e repasse de recursos.
As decisões do fundo terão participação proporcional de países com florestas e nações investidoras, além de especialistas e representantes da sociedade civil. A meta de manter o desmatamento abaixo de 0,5% será monitorada por satélites, e ações de reflorestamento serão registradas de forma contínua.



