Acordo China-EUA afetará produtores brasileiros de soja
Retomada das compras de soja americana pela China deve reduzir temporariamente a demanda pelo produto brasileiro, mas sem grandes prejuízos ao setor

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a redução das tarifas impostas à China, após uma reunião com o presidente Xi Jinping, em Busan, na Coreia do Sul. A notícia foi publicada originalmente pela revista Exame. O encontro, o primeiro entre os dois líderes desde 2019, resultou em uma série de acordos bilaterais voltados à reaproximação comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Entre as medidas anunciadas, Trump confirmou que a China retomará imediatamente a compra de soja dos Estados Unidos – transações que estavam suspensas desde maio devido à escalada tarifária entre os dois países. A decisão sinaliza uma recomposição nas relações econômicas, mas também traz reflexos para o agronegócio brasileiro.
Com a volta das importações chinesas de soja americana, o Brasil tende a ser o país mais afetado pela mudança, já que vinha ocupando o espaço deixado pelos EUA no mercado asiático. Especialistas, no entanto, avaliam que o impacto será limitado, pois a demanda global por soja segue alta, e o Brasil mantém forte competitividade no setor.
A retomada das exportações dos Estados Unidos ocorre em um momento de tentativa de estabilização do comércio bilateral e de contenção das tensões geopolíticas. Trump destacou que a redução das tarifas sobre produtos chineses – de 57% para 47% – é um gesto de confiança no compromisso de Pequim em controlar o tráfico de fentanil e seus precursores químicos.
O presidente norte-americano também anunciou a suspensão, por um ano, das restrições chinesas à exportação de terras raras, minerais essenciais para setores estratégicos como o automobilístico e o de defesa. Apesar da trégua, restrições anteriores a minerais usados em semicondutores, como gálio e germânio, permanecem em vigor.
Para o agronegócio brasileiro, o novo cenário exige atenção. Embora o Brasil possa perder parte do mercado chinês de curto prazo, analistas apontam que o país segue como fornecedor estratégico de soja e mantém vantagens logísticas e de produtividade que garantem estabilidade às exportações.
O acordo entre Trump e Xi Jinping marca uma fase de distensão nas relações comerciais e pode redefinir o equilíbrio global das commodities agrícolas nos próximos meses.



