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Qual é o poder real das Forças Armadas da Venezuela? Entenda em 5 pontos

Corpo armado do regime foi moldado mais para controle doméstico do que para enfrentar forças estrangeiras, dizem especialistas

O poder militar da Venezuela é frequentemente apresentado pelo governo como um dos pilares do regime de Nicolás Maduro. O país investiu pesado em armamentos durante os anos de bonança petrolífera e firmou alianças estratégicas com Rússia, China e Irã.

No entanto, sanções internacionais, queda da produção de petróleo e falta de manutenção do aparato militar colocam em dúvida a real capacidade operacional das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB). Analistas afirmam que a estrutura foi moldada mais para controle doméstico do que para enfrentar forças estrangeiras.

1.Modernização com apoio da Rússia

Nas últimas duas décadas, Caracas reforçou laços militares com Moscou. A Rússia forneceu caças Sukhoi Su-30, helicópteros de transporte e ataque, sistemas de defesa aérea, mísseis e milhares de fuzis Kalashnikov. Também enviou conselheiros para treinar soldados venezuelanos no uso e manutenção dos equipamentos.

O apoio permitiu à Venezuela montar um arsenal robusto, que inclui 92 tanques T-72B1, 150 veículos blindados BTR-80A e sistemas de artilharia como o BM-21 Grad.

2.Frota naval diversificada

A Marinha venezuelana opera no Mar do Caribe e no Atlântico com cerca de 76 navios e 20 aeronaves. A frota inclui fragatas de mísseis guiados, navios de patrulha oceânica, embarcações de emergência e dois submarinos da classe Sabalo.

Parte significativa dos navios é de origem espanhola, complementada por lanchas de combate russas e chinesas. Apesar da diversidade, problemas de manutenção e modernização reduzem a capacidade de projeção naval, avaliam especialistas.

3.Força aérea em xeque

O grande destaque da aviação venezuelana são os Sukhoi Su-30, complementados por caças F-16 de origem americana e aeronaves chinesas K-8.

A frota conta ainda com helicópteros russos Mil Mi-17 e Mi-35. No entanto, segundo especialistas, a falta de treinamento adequado e a dificuldade de manter peças de reposição comprometem a efetividade o arsenal aéreo.

4.Milícias numerosas

Criadas por Hugo Chávez e expandidas por Maduro, as milícias reúnem cerca de cinco milhões de reservistas, segundo números oficiais.

Seu papel, porém, é considerado mais político do que militar. Com pouco treinamento e armamento limitado, elas atuam principalmente como instrumento de mobilização e sustentação do regime.

Durante crises políticas, como em 2018 e na disputa pelo poder com Juan Guaidó, essas forças foram fundamentais para mostrar apoio interno ao governo de Maduro.

5.Estrutura voltada para controle interno

A FANB é composta por Exército, Marinha, Aviação, Guarda Nacional e Milícia. Na prática, a estrutura funciona de forma semelhante ao modelo cubano, com foco no controle de protestos, segurança de fronteiras e contenção de manifestações populares.

O site GFP (Global Fire Power), especializado em análises militares, que utiliza estatísticas ou estimativas oficiais, classifica a Venezuela em 50º lugar em poder militar no ranking de 2025, entre 145 países.

Há aproximadamente 125 a 150 mil membros ativos das forças armadas venezuelanas. Na força aérea venezuelana há 20 mil integrantes, enquanto 25.500 militares estão à disposição da Marinha.

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