Preço do café recua nos supermercados após meses de alta
Após meses de alta acumulada, o café registra a primeira queda nos preços, puxada pela super safra e pela maior oferta do grão no mercado interno.

O alimento mais presente na mesa dos brasileiros, o café, registrou uma queda recente de preços nos supermercados após meses de alta contínua. Levantamentos oficiais apontam que o produto, considerado o mais consumido no país segundo estudo do IBGE, teve recuo em julho tanto em índices nacionais quanto em pesquisas regionais.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o café torrado e moído caiu 1,01% de junho para julho dentro da cesta básica, acompanhando a tendência de outros itens como arroz e feijão. O recuo contribuiu para que o grupo Alimentação e Bebidas do IPCA apresentasse deflação de 0,27% em julho, segundo o IBGE.
Pesquisas locais reforçam o movimento. Em Fortaleza, o preço médio do pacote de 300 gramas caiu 2,25% no período (de R$ 22,24 para R$ 21,74). Em Belo Horizonte, a queda chegou a 8,17%, de acordo com dados compilados pelo Diário do Comércio.
Especialistas atribuem a redução à super safra de café registrada neste ano, que elevou a oferta no mercado interno. Além disso, a recente decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre o café brasileiro tem gerado incertezas para exportadores, o que também pressiona os preços domésticos. No entanto, análises como a da Forbes Brasil ponderam que esse impacto ainda é considerado “irrisório” no curto prazo, e que o alívio nas prateleiras pode estar mais relacionado ao ritmo de colheita e oferta abundante.
Apesar da queda registrada em julho, o café ainda acumula alta superior a 40% nos últimos 12 meses, segundo dados do IBGE. Ou seja, mesmo mais barato neste momento, o preço segue em patamar elevado quando comparado ao histórico recente.