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Mundo se divide após ataque dos EUA ao Irã; China e Rússia condenam ação

Reunião da ONU mostrou clara divisão sobre o entendimento dos países acerca dos ataques dos EUA contra instalações nucleares no Irã

As afirmações de representantes diplomáticos de diversos países durante reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizada nesse domingo (22), mostraram clara divisão sobre o entendimento acerca dos ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã.

A representante dos Estados Unidos na ONU frisou que o Irã não pode ter armas nucleares. A embaixadora Dorothy Shea disse que o país do Oriente Médio “esconde o programa nuclear” e fez uma ameaça ao enfatizar que “qualquer ataque iraniano será enfrentado com ataques devastadores”.

Diante disso, Dorothy Shea expôs que o momento exige atitude decisiva dos EUA “na defesa de seus aliados”, dos cidadãos norte-americanos e dos interesses do país. Durante as falas dos representantes dos demais países, no entanto, ficou evidenciada a divisão de posicionamentos, com China e Rússia condenando o ataque autorizado por Donald Trump.

Veja como os países se posicionaram

  • Rússia: O país condenou os ataques dos Estados Unidos contra as instalações nucleares do Irã. O embaixador russo reforçou que os EUA utilizam acusações cínicas e que o país norte-americano não está interessado em diplomacia.
  • Reino Unido: Barbara Woodward, representante do Reino Unido, ressaltou na reunião que a ação dos Estados Unidos contra o Irã é uma “iniciativa para aliviar a ameaça” que o programa nuclear do país do Oriente Médio significa para o mundo.
  • China: O representante da China expressou preocupação com os conflitos no Oriente Médio. Em discurso na reunião, o chinês Fu Cong afirmou que Israel deveria fazer cessar-fogo e evitar “colocar mais combustível” na troca de ataques.
  • Irã: O representante Amir Saeid Iravani afirmou que o Irã tem o direito internacional de se defender contra a “agressão flagrante” dos Estados Unidos e Israel: “A natureza e a proporcionalidade da resposta será decidida por nossas forças militares”.
  • Israel: O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon, acusou o Irã de realizar uma espécie de teatro durante negociações internacionais para limitar o seu enriquecimento de urânio. Também enfatizou que o objetivo do regime iraniano “nunca foi energia pacífica, mas morte e destruição”.

Escala da tensão no Oriente Médio

  • Tropas dos Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares no Irã no sábado (21/6). A ação norte-americana foi parabenizada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por uma decisão “ousada”.
  • Um dos locais bombardeados é a usina de Fordow, com capacidade para operar 3 mil centrífugas para enriquecimento de urânio, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
  • Ao longo dos últimos anos, Netanyahu tentou apoio dos Estados Unidos para tentar pôr fim ao programa nuclear do Irã. Segundo ele, a medida seria para evitar que o país persa fabricasse uma bomba atômica.
  • Depois da ação norte-americana, aliados do Irã, como os Houthis, no Iêmen, ameaçam atacar navios dos EUA no Mar Vermelho caso a potência persista na guerra.
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