Bolsonaro argumenta ida aos EUA ao negar envolvimento em suposto plano golpista
Ex-presidente, que foi denunciado por suposta tentativa de golpe de Estado, tem até esta quinta para responder acusações

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a negar envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. Um dos argumentos usados por Bolsonaro é de que ele estaria fora do Brasil durante os ataques de 8 de janeiro, alegando que a “trama” seria com a Disney, fazendo referência ao período que passou nos Estados Unidos.
“Que golpe é esse em janeiro, que você não está no Brasil? Eu estou sendo acusado de quê? Eu estou sendo acusado, entre outras coisas, cinco itens né? Destruição de patrimônio. Só se for por telepatia, eu não estava aqui”, disse a jornalistas ao chegar em Brasília, nesta quinta-feira (6).
Bolsonaro afirmou, ainda, que os atos de vandalismo que ocorreram no centro da capital não foram uma tentativa de golpe. “E digo, esse pessoal que estava aqui foi atrás de uma armadilha e mesmo que não fosse, isso não é golpe de Estado. Não existe golpe de Estado em cima de prédio, é em cima de pessoas”, completou.
No último dia 18, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A apresentação da denúncia significa que a PGR encontrou indícios suficientes para formalmente acusar uma pessoa de ter cometido um crime. Ainda não há condenação para os envolvidos.
A defesa de Bolsonaro tem até esta quinta-feira (6) para responder às acusações da PGR. Advogados devem alegar ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-presidente jamais concordou com qualquer trama contra a ordem democrática e que o alegado golpe nunca foi consumado.
Bolsonaro foi denunciado pelos seguintes crimes:
- Liderar organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e
- Deterioração de patrimônio tombado.
À imprensa, Bolsonaro criticou o governo Lula e voltou a pedir anistia dos envolvidos no 8 de janeiro. “Acharam dinheiro em algum apartamento meu por aí? As estatais peguei deficitárias e entreguei com um lucro milionário. Qual o problema? Eu não negociei ministério. Inventaram um golpe agora? E eu vou dar golpe sem força nenhuma? Lá da Disney?”, disse.