Política Nacional

Bolsonaro afirma não ver razão para ser preso

As especulações sobre sua prisão fazem parte da “narrativa do golpe” e que, caso ocorra, será uma medida arbitrária.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não há razões para sua prisão e classificou a hipótese como “mais uma arbitrariedade”. A declaração ocorreu poucos dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciá-lo no Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe no país.

Por: Kimberly Caroline

24/02/2025 13:31

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (24) que não há razões para sua prisão e classificou a hipótese como “mais uma arbitrariedade”. A declaração ocorreu poucos dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciá-lo no Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe no país.

Não tem motivo para prisão minha. Mais uma arbitrariedade, não tem motivo. Esperar a prisão de jeito nenhum. Alguns dizem até que eu estou pensando em fugir, ora, eu estive nos Estados Unidos durante três meses, podia ter ficado lá, tinha oferta para trabalhar por lá. E vim pra cá, enfrentar isso aqui e buscar realmente meu espaço político para 26. Eleições de 2026 sem meu nome é negação da democracia, declarou Bolsonaro.

Ele também afirmou que as especulações sobre sua prisão fazem parte da “narrativa do golpe” e que, caso ocorra, será uma medida arbitrária.

O que dizem os áudios sobre Bolsonaro?

Na noite de domingo (23), a Polícia Federal (PF) tornou públicos áudios que fazem parte da investigação sobre o suposto plano golpista. Os arquivos contêm conversas entre militares que, segundo os investigadores, indicam que um decreto para anular as eleições de 2022 estava pronto, mas não foi assinado por Bolsonaro devido ao receio de ser preso e à falta de apoio das Forças Armadas.

Um dos diálogos ocorreu no dia 21 de dezembro de 2022 entre os coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto, então assistente do Comandante Militar do Sul, e Fabrício Moreira de Bastos, que atuava no Centro de Inteligência do Exército. Na conversa, Corrêa Netto relata que o então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, descartava a assinatura do decreto.

Trecho do áudio

  • Coronel Bastos:Vento mudando na guarnição…
  • Cel. Corrêa Netto:O que está rolando aí, velho? Eu falei com o Cid hoje… Cid falou: pô, pode esquecer que não vai rolar nada, não. Ele falou: cara, pode esquecer, não deve… o decreto não vai sair. Presidente não vai fazer. Só faria se tivesse o apoio das Forças Armadas, porque ele está com medo de ser preso. Se acontecer alguma coisa, vai ser preso e o caramba e tal. Não vai soltar nada, não. Falei com ele agora de manhã. O que está acontecendo de novidade por aí?
  • Cel Bastos:Bem, a novidade é que, hoje, o GFG [general Freire Gomes] iria para Goiânia para sua despedida, mas cancelou o evento e houve uma reunião com todos os 4 estrelas…

O que acontece agora?

A denúncia da PGR contra Bolsonaro inclui acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio público. A peça foi enviada ao STF, onde será analisada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Moraes concedeu um prazo de 15 dias para que as defesas dos 34 acusados apresentem seus argumentos. Após essa etapa, caberá ao ministro decidir se o caso seguirá para julgamento. Caso avance, a Primeira Turma do STF avaliará se os denunciados se tornarão réus e responderão a uma ação penal.

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