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Trump faz 1º discurso como presidente dos EUA: “Declínio chega ao fim”

Presidente tomou posse nesta segunda-feira, (20), e afirmou que país vai voltar a crescer

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que, com a sua posse, o declínio da América chega ao fim. A declaração ocorreu durante seu primeiro discurso como líder do país, ocorrido logo após a cerimônia de posse, nesta segunda-feira, (20).

O que aconteceu?

  • Trump prometeu fazer com que a América volte a crescer e ser, mais uma vez, um país industrial.
  • O presidente agradeu o “amor e confiança” de comunidades negra e hispânicas que votaram.
  • Trump se comprometeu a assinar uma série de decretos anti-imigração, ao decretar emergência na fronteira EUA-México, e contra a política de gênero ainda nesta segunda. “Há apenas dois gêneros: masculino e feminino”, afirmou
  • Donald Trump ainda declorou emergência nacional de energia, impolsionada pela alta da inflação.
  • O presidente prometeu acabar com o incentivo à veículos elétricos.
  • “Forjaremos uma sociedade que não exerga cor e baseada no mérito”, disse Trump. Antes, no mesmo discruso, o presidente afirmou que fará o sonho de Martin Luther King Jr. se tornar real.
  • O legado de Trump, afirma ele, será de pacificador.
  • Trump voltou a falar sobre o canal do Panamá.

O que esperar do governo Trump?

Relação externa agressiva, espetacularização de questões domésticas e condução econômica protecionista. O segundo mandato de Donald Trump deve ser marcado por esses três pilares, além da expectativa por manter uma relação fria com o Brasil, com maior rigidez em termos de atuação na defesa dos interesses norte-americanos.

O primeiro ato da gestão Trump 2 começou com seu discurso inaugural, que delineou sua visão para o futuro do país. Do ponto de vista político, econômico e internacional, espera-se mudanças significativas da gestão dos últimos quatros anos do democrata Joe Biden.

Economicamente, espera-se uma tendência protecionista mais acentuada do que no primeiro mandato. “O presidente já manifestou intenção de implementar tarifas significativas sobre produtos importados. Promessas incluem tarifas de 10% a 20% sobre todos os produtos importados, 25% sobre o Canadá e o México, 60% sobre a China e até 100% sobre países do BRICS que tentem evitar o uso do dólar”, ressalta Leonardo Paz, professor de relações internacionais.

O protecionismo acentuado também é destaque na análise de Denilde Holzhacker, professora de Relações Internacionais da ESPM, sobre o Trump à Casa Branca. “As expectativas são de que, do ponto de vista internacional, a gente vai ter mais turbulências em função das medidas que o Trump pode tomar em termos de protecionismo econômico. Espera-se uma política bastante agressiva em termos de atuação na defesa dos interesses americanos e de reconstrução das áreas de influência”.

Do ponto de vista doméstico, três elementos são importantes e devem demandar atenção, de acordo com Holzhacker: o quanto o Trump vai usar as instituições para perseguir ou para atingir pessoas que estiveram à frente de processos contra ele, o quanto as medidas de perdão para as pessoas que participaram do 6 de janeiro vão gerar de enfraquecimento do ponto de vista democrático, e como Trump vai lidar com as questões relacionadas às mudanças em todo o sistema político.

Outra questão doméstica envolve as deportações de imigrantes ilegais – política defendida por Trump. Denilde Holzhacker prevê que elas vão ser ‘espetacularizadas’. “Ele vai tornar as deportações como um grande espetáculo para demonstrar o que os Estados Unidos estão fazendo. Ele tem dito que todos aqueles que já tiveram algum tipo de condenação, que tiveram alguma questão na Justiça, vão ser os primeiros a serem deportados.”

Com cerca de 20 milhões de imigrantes no país, o presidente planeja deportar um número significativo deles nos primeiros anos de governo. Tanto as tarifas quanto as deportações são políticas que podem elevar a inflação americana, levando o país a aumentar as taxas de juros para controlá-la. Isso terá repercussões globais, já que os Estados Unidos são altamente integrados ao comércio internacional.

Relação Brasil e EUA

A relação entre os Estados Unidos e o Brasil sob o novo governo será desafiadora. Leonardo Paz lembra que o Brasil, atualmente, é governado por uma administração de centro-esquerda, o que não é bem-visto pelo presidente americano. Além disso, o Brasil tem laços econômicos significativos com a China e é um grande exportador de imigrantes para os EUA. 

“Diante desse cenário, é provável que a relação entre os dois países permaneça fria nos próximos dois anos. Não se espera uma grande interação em questões globais como mudança climática ou combate à fome. O foco do presidente pode estar mais voltado para outras questões regionais como Venezuela e Cuba, enquanto o Brasil pode acabar sendo negligenciado nesse processo”, argumenta Paz. 

  • Em atualização

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