Silvia Waiãpi e Damares Alves expõem realidade e luta das crianças contra a exploração sexual na Amazônia
O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá realizou dias 20 a 22 de novembro, a Conferência Desenvolve Amazônia, como evento preparatório de discussão para a COP-30 (encontro mundial de chefes de Estado que acontecerá em novembro de 2025, em Belém do Pará).
Em três dias de evento, mais de vinte especialistas e autoridades de diversas áreas debateram desenvolvimento sustentável, economia, segurança pública, exploração sexual infantil, soberania do país entre outras pautas sobre a Amazônia.
A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) que participou de dois painéis, teve como tema no primeiro dia a atuação das ONG na região Norte.
“O discurso preservacionista esconde interesses estrangeiros na exploração das riquezas da Amazônia. O financiamento estrangeiro a ONG que atuam na região se daria por razões geopolítica colocando em risco a soberania do país”, apontou.
E destacou. “Enquanto atividades agrícolas são proibidas, o narcotráfico atua livremente na Amazônia causando prejuízo para a população local e para o restante do Brasil”.
Já no dia posterior, Silvia Waiãpi recebeu a senadora da República, Damares Alves, para debater o painel “Crimes Sexuais no Contexto Amazônico”, mediado pelo juiz eleitoral Diego Moura de Araújo, presidente do Laboratório de Inovação e Sustentabilidade do TRE-AP.
No local, as parlamentares apresentaram dados sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes na Amazônia, incluindo índices específicos da região, casos de desaparecimentos e exploração sexual.
Além disso, Silvia Waiãpi fez uma análise dos projetos de lei de sua autoria que têm como objetivo principal combater a violência sexual contra menores.
“As condições de miséria têm feito crescer a prostituição entre mulheres, assim como a exploração sexual e a práticas de abusos contra crianças e adolescentes na Amazônia. Muito se discute a preservação da floresta, mas se esquecem do grave problema que acontece na região. Nós não vamos proteger a árvore, para que crianças e mulheres sejam estupradas debaixo delas”, apontou.
E finalizou. “Que a COP 30 aborde esse assunto que tanto atormenta as famílias que lá moram e gritam por socorro. Precisamos dar dignidade e salvar nossas crianças de abusadores”.
No final, foi elaborado uma carta de intenções a ser entregue para os organizadores da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas.
Também foi destacado que seja instalado um Comitê de Monitoração para fiscalizar e combater a exploração sexual de crianças e adolescentes durante a COP 30.
O evento reuniu autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciário, professores universitários, acadêmicos, estudantes e militares.