Mesmo com país sob chuva intensa, seca severa ainda afeta 661 cidades
País registrou neste ano a pior seca em 70 anos, conforme o Cemaden. Especialista afirma que tendência é de melhora
O mês de outubro teve chuvas consideráveis em boa parte do país. No entanto, ainda assim, há 661 cidades em seca severa e outras 113 em seca extrema no Brasil. O número é do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) e refere-se a outubro.
As precipitações fizeram com que houvesse redução na seca. Em setembro, o boletim do Cemaden sobre o assunto contabilizou 1.133 cidades em seca severa e outras 216 em seca extrema.
Pesquisadora de secas do Cemaden, Ana Paula Cunha explica que o fato de haver municípios em situação de seca mesmo após o início das chuvas está dentro do esperado.
“A seca é caracterizada quando nós temos chuvas abaixo do normal. Para caracterizar se um município está em seca, nós podemos analisar os dados acumulados de dois, três meses, por exemplo”, detalha Cunha.
A mudança no número de localidades sob seca é um sinal positivo no entendimento da pesquisadora. “Esta redução significa que começou a chover e que melhorou o cenário. Ainda leva tempo para que isto se normalize”, complementa.
O mapa do Cemaden mostra que o estado com maior área sob seca extrema é o Acre. Amazonas, Rondônia, Mato Grosso e São Paulo também se destacam.
Atualmente, as áreas de normalidade estão presentes de maneira mais visível no Rio Grande do Sul, Bahia e Maranhão. Em todo o Brasil, são 2.315 municípios nesta condição.
Como o Brasil tem 5.570 municípios, 3.255 (58% do total) ainda estão sob seca de moderada a extrema.
O próprio Cemaden considerou o ano de 2024 como aquele em que ocorreu a maior seca em maior extensão e intensidade dos últimos 70 anos.