Ortopedistas do Amapá se manifestam após vazamento da investigação da Operação Jaleco Fantasma
A operação da Polícia Federal foi deflagrada em 03 de outubro deste ano
A nota foi enviada ao portal Equinócio Play no início da tarde desta segunda-feira (04). Confira na íntegra:
Em resposta a informações veiculadas recentemente, gostaríamos de esclarecer nossa participação no programa “ZERA FILA”, uma iniciativa lançada há cerca de dois anos em parceria com o Governo do Estado do Amapá (GEA) com o objetivo de reduzir a fila de pacientes no Hospital de Emergência.
Atendendo ao convite do GEA, realizamos uma média de quatro cirurgias noturnas por dia, totalizando mais de 2.500 procedimentos cirúrgicos complexos. Nosso trabalho foi contínuo e sem interrupções, salvo em casos de falta de materiais essenciais, de responsabilidade da Secretaria de Saúde (SESA). O próprio Governador do Estado celebrou o início e os resultados do programa em suas redes sociais, atestando o sucesso da iniciativa.
Gostaríamos de esclarecer alguns pontos importantes:
O acordo inicial não incluía a permanência contínua no hospital, apenas a realização das cirurgias no período noturno.
A secretaria do centro cirúrgico era responsável por organizar a ordem dos procedimentos, respeitando a prioridade dos casos e a disponibilidade de materiais.
O pagamento dos serviços extras foi realizado sob o formato de plantões médicos, prática comum na Secretaria de Saúde.
Recentemente, o Ministério Público Estadual (MPE) iniciou uma investigação sobre esses pagamentos, à qual estamos colaborando. Salientamos que não fomos nós que definimos a forma de remuneração, mas, sim, seguimos as orientações do programa, focados exclusivamente em cumprir nossa missão de realizar as cirurgias.
Lamentamos a posição do GEA e da SESA, que se manifestaram de maneira ambígua e optaram por “colaborar com as investigações” ao invés de defender publicamente nossa atuação.
Nos causa estranheza que um inquérito em segredo de justiça tenha chegado ao conhecimento público, nos expondo de maneira indevida. Reafirmamos que cumprimos rigorosamente as exigências acordadas, sem influenciar na forma de pagamento escolhida pela SESA para os serviços prestados fora do horário regular. Acreditamos que os esclarecimentos apresentados ao MPE confirmaram nossa total lisura e comprometimento.
Diante do ambiente de desconfiança instaurado, optamos por encerrar nossa participação no programa. Não podemos continuar trabalhando em um contexto que coloca em dúvida nossa integridade e dedicação.
Em outubro, a Polícia Federal (PF) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, que investiga suposta fraude na escala de serviço de médicos do Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal).
A secretaria de saúde do Amapá ainda não se manifestou sobre esse assunto.