O Brasil enfrenta uma nova onda de calor, a sétima deste ano, com temperaturas entre 5 e 10 graus acima da média. Até sexta-feira, (27), os termômetros podem ultrapassar os 37 graus em várias regiões, incluindo o Rio de Janeiro, onde a umidade do ar está baixa, aumentando o risco de incêndios.
No total, 11 estados serão afetados, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, Triângulo Mineiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre, Amazonas e Rondônia. A previsão é que o calor e a baixa umidade se intensifiquem até quinta-feira.
Embora algumas regiões do Brasil frequentemente experimentem altas temperaturas e os brasileiros estejam geralmente mais adaptados ao calor em comparação com populações de países europeus que enfrentaram desafios semelhantes nos últimos meses, a situação é particularmente perigosa devido à sua extrema intensidade.
Estar exposto – especialmente nos horários de pico do calor, entre 12 e 16 horas – pode causar alterações no organismo que oferecem risco à saúde, principalmente para grupos com saúde mais frágil, incluindo idosos, pessoas com comorbidade, e crianças pequenas.
O que acontece quando o corpo é exposto a temperaturas extremas?
Quando o corpo está em estresse térmico, ou seja, é exposto a temperaturas extremas, ele passa por uma série de adaptações fisiológicas para regular a temperatura interna.
No caso da exposição ao calor, primeira reação do organismo é dissipar calor através do suor e da dilatação dos vasos sanguíneos periféricos para liberar calor para o ambiente.
No entanto, em temperaturas muito altas, especialmente quando também está úmido, o mecanismo de resfriamento do suor pode se tornar ineficaz, levando ao superaquecimento corporal, insolação e possíveis danos aos órgãos.
“Quando estamos expostos a temperaturas mais elevadas, ocorrem adaptações no nosso corpo. A frequência cardíaca aumenta como um mecanismo compensatório, assim como a pressão arterial”, explica Lucas Albanaz, clínico geral, coordenador da clínica médica do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, e mestre em ciências médicas.
Outro risco, alerta o médico, é a desidratação devido ao aumento da sudorese. A depender da temperatura, complementa o médico Alexander Daudt, os sinais vão de câimbra (por falta de eletrólitos, eliminados no suor), a sede intensa e fadiga.