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Mercado de manutenção de aeronaves enfrenta desafios com a escassez de mão de obra

O mercado de trabalho em manutenção de aeronaves, a exemplo da aviação de negócios, está aquecido, sobretudo no pós-pandemia. Durante a crise sanitária, a aviação comercial ficou estagnada, e quem realmente precisava voar, fosse a trabalho ou a lazer, utilizou aviões e helicópteros executivos. Esse mercado cresceu durante a pandemia e não parou mais.

Hoje, estima-se que cresça até 20% ao ano, tanto na compra e venda de aeronaves novas ou usadas, quanto na procura por serviços de manutenção, hangaragem, peças e acessórios.

Mas o ecossistema que gira em torno da aviação de negócios não consegue acompanhar tal crescimento. Empresas do setor têm enfrentado dificuldades em contratar profissionais para as mais diferentes áreas de atuação.

A Solojet Aviação, com sede no Aeroporto de Jundiaí (SP), empresa que oferece gerenciamento, compartilhamento e manutenção de aeronaves, por exemplo, tem mais de dez vagas em aberto para vários segmentos, mas não tem encontrado profissionais disponíveis.

São vagas para estagiário, técnico e inspetor em manutenção aeronáutica, técnico especialista em aviônica (instrumentos), técnico em estrutura, analista em planejamento e controle de manutenção (PCP) e auxiliar de tapeceiro; a empresa também está à procura de consultor de vendas de aeronaves, gerente comercial e gerente operacional.

“Houve um crescimento na área fora do comum depois da pandemia. Crescemos 30% em um ano, nossos concorrentes também estão crescendo, porém, com pouca mão de obra formada e especializada, não temos gente suficiente”, afirma Celso Rocha, gerente de recursos humanos da Solojet.

Uma das principais queixas de Rocha é que não há muito incentivo nem divulgação dos cursos para se trabalhar na aviação.

“Os jovens precisam de contato com a área para ver como a aviação é fascinante. Quando os recebemos aqui no hangar, percebemos o interesse deles. A área de manutenção em aviação tem um plano de carreira sólido, com uma remuneração interessante quando comparada com outras indústrias”, analisa Rocha.

Jundiaí possui apenas uma escola de formação de mecânicos aeronáuticos. “Pelo tamanho e o potencial da região, precisaríamos de mais”, pondera o gerente de RH da Solojet.

De acordo com levantamento da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), há 46 escolas de formação homologadas no país. Das 633 oficinas homologadas pela entidade espalhadas pelo Brasil, 189 ficam no estado de São Paulo. Isso para um universo de pouco mais de 10,2 mil aeronaves executivas em operação no território nacional.

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