Genoíno vê queda em pesquisas como alerta, mas não como ‘fim do mundo’ para Lula 3
Para ex-presidente do PT, polarização do país e mobilização popular são temas centrais para o debate político hoje
“O governo adotou a linha de não polarizar, de não enfrentar, e ele perdeu pontos, porque o país vive um clima de polarização”, afirma o ex-presidente do PT, José Genoíno, em referência às recentes pesquisas que apontaram para a queda da popularidade da nova gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dados levantados pela pesquisa Genial/Quaest mostram que a avaliação positiva do governo caiu de 54%, em dezembro de 2023, para 51%. Enquanto isso, a desaprovação da gestão subiu de 43% para 46%.
Para o cientista político Rudá Ricci, os índices da Genial/Quaest não demonstram uma variação de avaliação significativa. “Se você retirar apenas o pico de avaliação positiva, que foi agosto do ano passado, quando estava em 60%, a média tem 53%, o que não é muito diferente da última pesquisa”.
Ainda assim, “a pesquisa Quaest indica algo muito importante, que o bolsonarismo continua sabendo como mobilizar e motivar a sua base”, comenta o cientista político.
De outro instituto, a pesquisa IPEC divulgou os seguintes percentuais de avaliação do governo Lula 3: “ótimo” com 33%, “regular” também com 33% e “ruim” com 32%. O resultado não muda muito no levantamento AtlasIntel, no qual a avaliação positiva caiu de 52% para 47%, e a desaprovação subiu de 43% para 46%.
José Genoíno, as pesquisas são um alerta, mas não são “o fim do mundo”. Ee destaca ainda o posicionamento do presidente diante dos índices: “o Lula tem muita sensibilidade, ele admitiu que não entregou à população aquilo que tinha prometido, mas ele fala que o povo tem que ter paciência”.
Genoíno explica que falta para a gestão Lula 3 “engenharia política, um sistema de articulação partidária social, cultural e biológica para fazer um enfrentamento fora dos marcos institucionais”.
Segundo ele, o atual modelo de governabilidade “está em xeque pelas pesquisas”, que refletem “um momento de intensa disputa no país”.