Polícia Federal investiga suposto esquema de desvio de verbas federais em Oiapoque
A Polícia Federal no Amapá deflagrou na manhã desta sexta-feira (20/10), a
Operação Crateras, com o cumprimento de vinte mandados de busca e apreensão realizados
nos municípios de Macapá e Oiapoque, em investigação que apura a existência de possível grupo
criminoso que desviou recursos públicos federais.
Setenta policiais federais cumpriram a ordem judicial expedida pelo Tribunal Regional Federal
da 1ª Região (TRF1), que determinou também o afastamento do cargo do prefeito do
Oiapoque/AP, do subprocurador do município, secretários municipais e outros servidores.
A decisão do TRF1 preconiza que o gestor municipal do Oiapoque ficará afastado das funções, inicialmente, pelo prazo de 6 (seis) meses. A função será imediatamente assumida pelo vice.
A investigação iniciou há pouco mais de um ano e apurou supostas irregularidades em convênios
celebrados entre o município do Oiapoque/AP e uma empresa do ramo de construção, cujas
verbas federais foram oriundas do Programa Calha Norte. Os convênios foram totalmente pagos
no valor aproximado de R$ 1,5 milhão e as obras não foram entregues.
Durante as buscas, na residência de um dos investigados em Oiapoque, foram encontradas 550 munições (125 calibre .12; 125 calibre .20; 150 calibre .16 e 150 calibre .22), todas de origem estrangeira, além de um silenciador. O homem foi preso em flagrante por posse ilegal de munição.
Na residência de outro investigado no município do Oiapoque foram encontradas 6 munições de calibre .9mm. O investigado também foi preso em flagrante por posse ilegal de munição.
Neste caso último caso, o indivíduo não estava em sua residência no Oiapoque, mas PF efetuou a prisão dele em Macapá, em outra residência de sua propriedade.
Em outro cumprimento de busca no Oiapoque, a PF encontrou na residência de outro investigado uma pistola glock 9m e 8 munições de mesmo calibre. O investigado também não tinha autorização para posse de arma de fogo e portanto foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munições.
Em outro alvo, a PF encontrou na residência a quantia de R$ 6 mil em espécie, além de 330 euros e diversas joias em ouro.
Da investigação:
A Polícia Federal, inicialmente, tomou conhecimento do esquema, em razão de supressão
irregular de árvores nativas da região amazônica. Com o avanço da investigação foi possível
reunir elementos que apontam para fortes indícios de conluio entre o proprietário da empresa
responsável pelas obras (construção de praça com iluminação em frente ao estádio municipal
Natizão e construção e urbanização do canteiro central da avenida Barão do Rio Branco) e pelo
Chefe do Executivo do município do Oiapoque/AP, além de secretários municipais e servidores
em geral, para a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro
e organização criminosa.