Indígena estuprada em Oiapoque morre em Cayenne; governo anuncia translado do corpo
Família de Maria Clara, de 15 anos, da etnia Karipuna, anunciou uma campanha para transladar o corpo para Oiapoque. Nesta segunda-feira, (18), Governo do Estado comunicou quer fará o translado por meio de suas secretarias
Elden Carlos / Editor
A adolescente indígena Maria Clara Batista Vieira, de 15 anos, que foi violentada sexualmente, asfixiada e enterrada em uma área de várzea no bairro Planalto, sede do município de Oiapoque, no extremo norte do Brasil, teve a morte confirmada na madrugada de domingo (17) pela equipe médica que a acompanhava no hospital de Cayenne, na Guiana Francesa, para onde ela havia sido transportada de helicóptero.
O delegado Charles Correa, da Polícia Civil de Oiapoque, e que coordenou a prisão do principal suspeito do crime, confirmou a notícia e se disse extremamente abalado com a informação.
“Estive com a vítima no hospital, logo após o fato. Vomitou lama enquanto tentava falar comigo. Apavorada quando mostrei a foto do suposto autor para ter a confirmação da autoria”, disse o delegado em um texto publicado em uma rede social.
O Conselho de Caciques de Oiapoque emitiu nota de pesar se solidarizando com o povo Karipuna, etnia a qual Maria Clara pertencia.
Na nota o Conselho se refere ao crime bárbaro e pede justiça para o caso. Por medida de segurança à eminente ameaça de invasão ao Centro de Custódia de Oiapoque, onde o cearense Cláudio Roberto da Silva Ferreira, de 43 anos, estava preso como principal suspeito do crime, e após a conversão da prisão dele de flagrante para preventiva, a justiça autorizou sua transferência para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), em Macapá, onde ficará recolhido à ala reservada para os casos de crimes sexuais.
- Translado
Nesta segunda-feira (18), depois que a família da vítima divulgou uma campanha para transladar o corpo da indígena para Oiapoque, o governo do Amapá emitiu nota informando que realizará todo o processo de translado do corpo para o município amapaense, que as secretárias de Estado estão empenhadas no caso, assim como a Polícia Civil.
- Confirma íntegra da nota
O Governo do Amapá lamenta profundamente a morte da indígena, Maria Clara Batista Vieira, de apenas 15 anos, após ser vítima de uma brutal violência sexual na quarta-feira, 13.
Maria Clara é da etnia Karipuna, e vivia na Aldeia do Manga, no município de Oiapoque, no extremo norte do Brasil.
Mesmo assistida incansavelmente pelas equipes médicas do Hospital Estadual de Oiapoque, e transferida para a UTI mais próxima disponível, em Caiena, na Guiana Francesa, a adolescente não resistiu aos traumas e faleceu na madrugada deste domingo, 17.
A Polícia Civil do Amapá prendeu o suspeito, um homem de 45 anos, no dia seguinte ao crime. Ele teve a prisão preventiva decretada e está à disposição da Justiça Estadual e Federal.
O Governo do Estado fará todo o processo de traslado do corpo até o Amapá. A Secretaria dos Povos Indígenas está em Oiapoque prestando assistência à família.
Ainda no domingo, a Secretaria de Relações Internacionais entrou em contato com o Itamaraty, para tratar da vinda do corpo. As secretarias das Mulheres e de Assistência Social também estão no apoio.
Mais um crime bárbaro de feminicídio que deixa todo o povo amapaense consternado.
O Governo do Amapá se solidariza com a família, o povo Karipuna e todos os indígenas neste momento de extrema tristeza.
