Lula diz que governo não vai deixar de fazer pesquisas na foz do Rio Amazonas
Presidente defende estudos para saber se há potencial para extrair petróleo; a Petrobras e o Ibama travam uma disputa sobre o tema
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (11) que o governo federal não vai deixar de fazer estudos na foz do rio Amazonas e declarou-se a favor da realização de estudos para saber o verdadeiro potencial da região para a exploração de petróleo.
“O Brasil não vai deixar de pesquisar a margem equatorial. Se encontrar a riqueza que se pressupõe que exista lá, aí é uma decisão de Estado se você vai explorar ou não”, disse o chefe do Executivo.
No fim de maio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou uma solicitação da Petrobras para operar em um poço localizado em alto-mar, a cerca de 175 km da costa do Amapá, e alegou “inconsistências técnicas” da empresa. Posteriormente, a petroleira apresentou um novo pedido. De acordo com a Petrobras, todas as exigências do Ibama foram atendidas nesse segundo pedido. O instituto ainda não deu uma nova resposta à estatal.
“É uma exploração a 575 quilômetros à margem do Amazonas. Não é uma coisa que está vizinha do Amazonas. Você não pode ser proibido de pesquisar”, afirmou o presidente em entrevista à imprensa em Nova Déli, na Índia.
De acordo com Lula, as pesquisas na área precisam ser feitas, pois, “se tiver o que se imagina que tem lá, você pode discutir se vai utilizar ou não, se vai explorar ou não”. “Mas pesquisar, nós vamos pesquisar. Porque o mundo precisa que a gente pesquise para encontrar, sabe, novos materiais, novas coisas para o desenvolvimento, e o Brasil vai fazer aquilo que o Brasil entende do seu interesse soberano fazer”, comentou.
“É que não foi pesquisado ainda. É impossível saber antes de pesquisar. É impossível. Você pode pesquisar e chegar à conclusão de que não tem nada e voltar para casa de mãos vazias. Você pode pesquisar e descobrir que tem muita coisa, e aí vai se discutir como fazer a exploração daquilo”, completou o presidente.