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Vereador alvo da operação ‘Aluguel Fantasma’ diz colaborar com a investigação e que vai comprovar inocência

Daniel Theodoro (Rede), emitiu nota no início da tarde desta quinta-feira (18) onde afirma colaborar com as investigações, e que vai provar sua inocência diante das acusações

Elden Carlos / Editor

O vereador de Macapá, Daniel Theodoro (Rede), que foi um dos alvos na manhã desta quinta-feira (18) da operação ‘Aluguel Fantasma’, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para cumprir oito mandados de busca e apreensão na investigação de apura um suposto esquema fraudulento de aluguel de veículos dentro da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá, cujo contrato chega a cerca de R$ 8 milhões em três anos, se manifestou, por meio de nota, afirmando estar colaborando com a investigação e que, dentro do processo legal, vai comprovar não ter nenhum envolvimento com as denúncias.

  • Acompanha a íntegra da nota

“O vereador de Macapá, Daniel Theodoro, vem a público se pronunciar acerca das investigações que envolveram o seu nome no dia de hoje pela Polícia Federal. Em primeiro lugar, estamos colaborando com as investigações e nos colocando totalmente à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos. Em segundo lugar, temos total interesse em elucidar quaisquer suspeitas ou supostas acusações contra minha pessoa, e o mandato ao qual a população de Macapá me concedeu democraticamente. Estamos tranquilos, com a consciência limpa e convictos de nossa reputação ilibada perante a sociedade e o serviço público. No devido tempo, tudo será esclarecido e elucidado, comprovando mais uma vez que nossa história e caráter foram sempre marcados por superação, trabalho e justiça.”

  • Operação

A Polícia Federal (PF) cumpriu oito mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (18) durante a operação ‘Aluguel Fantasma’, que investiga um suposto esquema fraudulento de aluguel de veículos dentro da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá. A fraude teria ocorrido durante o período de pandemia da covid-19 e desviado recursos federais. As ordens judiciais foram cumpridas nos bairros Cidade Nova, Universidade, Jardim Felicidade ll, Buritizal, Beirol e Parque dos Buritis.

Segundo a PF, os alvos da operação são ex-servidores da secretaria, uma empresa de locação de veículos e um vereador da capital. A Polícia Federal não divulgou nomes, mas a reportagem do Equinócio Play apurou que o parlamentar da Câmara Municipal de Macapá é o vereador Daniel Theodoro (REDE). Ele já havia sido alvo na segunda fase da operação ‘Carburante’, deflagrada em agosto do ano passado, e que deu origem à operação desta quinta-feira.

Há época, Theodoro foi apontado como sendo um dos operadores de um esquema fraudulento de desvio de combustíveis dentro da Semsa. Durante a operação Carburante de 2022, a PF detalhou, em nota, que: “O esquema também envolvia a participação de um vereador de Macapá, que além de comprar tickets de combustível da empresa credenciada pela Secretaria Municipal, recebendo o total de 1.350 litros de combustível, com fortes indícios de que, como contrapartida, realizava o pagamento de vantagens indevidas, auxiliou a servidora da pasta à época, a comprar uma caminhonete 4×4 avaliada em aproximadamente R$ 300 mil, com indícios de que os valores foram à título de propina. A Justiça Federal também ordenou o sequestro judicial do carro”, informou o órgão federal.

As investigações apontam desvios na ordem de R$ 1 milhão. Os recursos teriam sido enviados pelo governo Federal para ações de enfrentamento à pandemia da covid-19 na capital. Agora, nessa nova fase, foi identificado o esquema fraudulento de locação de veículos dentro da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá.

  • Entenda o caso

Em nota a Polícia Federal descreve que a fraude ocorreu em contrato assinado entre a Semsa e uma empresa para executar os serviços de locação de veículos em regime mensal. O contrato estipulava que os veículos deveriam estar obrigatoriamente no nome de pessoa jurídica. Porém, foram cadastrados veículos de particulares como se fossem alugados pela empresa licitante ao município de Macapá. No entanto, esses veículos permaneciam com os proprietários, para uso pessoal. O contrato inicial, de um ano, foi prorrogado por mais dois anos. Os valores desse contrato chegaram a R$ 8 milhões.

Conforme ainda apurado pela PF, a empresa pertence ao vereador Daniel Theodoro. Foi constatado ainda que os carros locados e identificados durante as investigações eram os mesmos que figuravam na lista de abastecimento da Semsa. O levantamento, no entanto, mostra que esses automóveis nunca foram utilizados para servir ao real propósito da secretaria, que era o de ações de enfrentamento à pandemia da covid-19.

Além das oito ordens de busca e apreensão, a Justiça Federal ainda determinou o bloquei de contas bancárias, aplicações financeiras e outros ativos financeiros dos investigados até o limite de R$ 8.254.800,00.

Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, lavagem de capitais e associação criminosa. Em caso de condenação, a pena pode chegar a 28 anos de prisão e pagamento de multa.

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