PL define parte dos nomes para CPI dos atos de 8 de janeiro
Na Câmara, integrantes deverão ser Eduardo Bolsonaro (SP), Alexandre Ramagem (RJ) e André Fernandes (CE); no Senado, uma das três vagas deve ficar com Magno Malta (ES)
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, avançou na escolha de nomes que irão compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro. Do lado da Câmara, as vagas devem ficar com os deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Alexandre Ramagem (RJ) e André Fernandes (CE).
Já do lado do Senado, uma das três vagas deve ficar com Magno Malta (ES). Os outros dois nomes e os suplentes ainda estão sendo debatidos internamente.
Ao escalar esses parlamentares, o PL molda sua tropa para a comissão com nomes extremamente identificados com o bolsonarismo.
Eduardo é filho do ex-presidente, Ramagem é ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, André Fernandes é apoiador dos atos de janeiro e Magno Malta amigo de longa dos Bolsonaro.
Líderes da legenda insistem que Fernandes, investigado no STF por ter feito apologia aos atos de 08 de janeiro, deve ser o presidente da CPMI.
Mas a indicação não é unanimidade: para uma ala do partido, indicar um deputado que tem contra si um inquérito justamente por envolvimento com a destruição da Praça dos Três Poderes seria contribuir para “radicalizar” ainda mais uma comissão que promete já ser bastante tensa.
Além disso, deputados do PL mantiveram conversas nesta semana avaliando os riscos que a CPMI trará para a direita: a avaliação é de que, se o governo Lula conseguir articular sua base, até o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ser chamado a prestar depoimento. “Se não tiver cuidado, essa CPMI pode ser um gol contra para oposição”, avaliou um deputado.
Lideranças do PL dizem que, ainda que o governo largue com maioria, cenário com o qual o Palácio do Planalto trabalha, há espaço para trazer para o lado da oposição os integrantes da CPMI. Isso porque a base de Lula não está organizada e o desenrolar dos fatos pode pressionar os parlamentares, diz uma liderança do PL.