Brasil tem 8.674 obras paralisadas; lista inclui construções das gestões anteriores de Lula e de Dilma
Presidente da República viajou para Bahia e, nessa quarta-feira (15), visitou Sergipe para retomar a duplicação na BR-101
O Brasil terminou o ano de 2022 com 8.674 obras públicas paralisadas em todo o país, de acordo com o painel de dados feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O conjunto, iniciado em 2018, aponta obras que se arrastam desde 2007, por exemplo, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciava seu segundo mandato. O valor total dessas obras é de R$ 27,22 bilhões, segundo o órgão.
O tribunal aponta o mau planejamento – decorrente de projetos básicos deficientes, falta de contrapartida e falta de capacidade técnica dos executores dos empreendimentos – como a principal causa para uma obra não ser concluída. “Chegou-se à conclusão de que o mau planejamento dos empreendimentos é o principal fator de paralisação de obras tanto de baixo como de alto valor”, aponta o órgão.
A área que possui a maior quantidade de obras paralisadas é a educação (3.993), como escolas e creches inconclusas. Depois vêm infraestrutura e mobilidade urbana (569), com pavimentação de vias e recapeamento parados; e esporte (480), com ampliação de campo de futebol e construção de quadra poliesportiva sem terminar.
Na sequência, vêm turismo (449), com a construção paralisada de portais em entradas de municípios e reforma de teatros; saneamento (407), com projetos de drenagem e de estabelecimento de água não terminados; e saúde (289), com unidades básicas e hospitais ainda a serem concluídos.
- Obras
O Nordeste é a região que mais concentra construções inacabadas: 4.169, seguido de Norte (1.543), Sudeste (1.351), Centro-Oeste (847) e Sul (764), ainda segundo os dados do painel do TCU.
Uma das obras paralisadas apontadas pelo TCU no setor de habitação fica em Alagoinhas, na Bahia, cujo valor do convênio é de 13 milhões. A vigência teve início em 2007, segundo mandato de Lula à frente da Presidência da República, e até hoje não foi entregue. A causa da paralisação é relacionada à dificuldade financeira da empresa contratada.
O órgão aponta também outra obra habitacional antiga, que teve início em 2008, em Belém, no Pará. O valor do convênio para construção de 276 unidades habitacionais e urbanização em um residencial da cidade é de R$ 10 milhões. A vigência do contrato foi atualizada para 2024.
Na lista feita pelo TCU, há ainda construções paralisadas do governo de Dilma Rousseff (PT). Uma delas é referente às obras de produção de 150 unidades habitacionais pelo Minha Casa, Minha Vida, em Itororó, na Bahia. O início de vigência do contrato é de outubro de 2011 e deve ser concluído apenas no final do primeiro semestre deste ano. O valor do projeto é de R$ 7 milhões. A causa do atraso é está relacionada à dificuldade técnica do tomador, no caso, o Executivo.