Em posse como ministra, Tebet admite divergências na área econômica e diz ter avisado Lula
Ministra disse que diferenças políticas serão deixadas de lado e que o consenso é pela aprovação da reforma tributária
A senadora e ex-candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) tomou posse, nesta quinta-feira (5), como ministra do Planejamento e Orçamento. Figura decisiva para a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tebet disse ter avisado ao chefe do Executivo sobre divergências de pensamento dela na área econômica, em relação ao grupo petista, e sinalizado mais afinidade com a área social.
Anteriormente, a senadora era cotada para ocupar o Ministério do Desenvolvimento Social, mas foi escolhida para ocupar uma pasta com viés mais econômico. “A minha surpresa foi dupla: primeiro porque fui escolhida para ser ministra e, segundo, porque fui parar justamente em uma pauta com que tenho alguma divergência”, disse Tebet.
Segundo ela, Lula estava ciente das divergências de pensamento com as demais áreas econômicas, mas teria argumentado que a diferença dos pensamentos é positiva para um sistema democrático.
Para Tebet, a reforma deve garantir menos impostos sobre o consumo, com simplificação e justiça tributária. “Somente assim teremos o crescimento necessário para garantir o emprego e a renda de que o Brasil necessita”, destacou.
Prioridades
Mais de 800 pessoas acompanharam a cerimônia, entre elas o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). No discurso de posse, Tebet assumiu o comando da pasta e prometeu realizar um diagnóstico dos principais problemas para apoiar os demais ministérios, com participação da sociedade civil.
A formulação do Plano Plurianual, segundo a nova ministra, terá a contribuição social. Outro destaque foi a promessa de realizar um plano nacional de desenvolvimento regional para “atacar as desigualdades sociais e regionais que tanto nos envergonham”. “Nossos esforços também se direcionarão para a igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções”, completou.
Na fala, a ministra destacou a decisão de apoiar Lula no segundo turno, depois de deixar a corrida presidencial em terceiro lugar, e lembrou que, à época, não pleiteava nenhum cargo em troca do apoio. “Eu não queria naquele momento nenhuma condição, nenhum cargo, nenhum ministério.”